Impacto do coronavírus pode ser mais negativo no turismo mundial

Impacto do coronavírus pode ser mais negativo no turismo mundial

O peso dos chineses nos fluxos turísticos triplicou nos últimos 10 anos e o governo chinês suspendeu as viagens organizadas e desaconselhou viagens ao estrangeiro aos seus cidadãos, fazendo com que o impacto da propagação do coronavírus no turismo mundial corra o risco de ser maior que os das epidemias precedentes do SRAS (Síndrome Respiratório Agudo Severo) em 20022003 e da gripe A em 2009. A China continental, com cerca de 1,3 mil milhões de habitantes, é o primeiro fornecedor mundial de turistas, com quase 150 milhões de viagens ao estrangeiro em 2018, apesar de apenas 10% dos chineses terem passaporte.

Segundo os dados mais recentes da Organização Mundial de Turismo (OMT) em 2018 foram registadas 149,7 milhões de viagens ao estrangeiro de chineses, mais 15% que em 2017. Em termos mundiais, em volume, os turistas chineses ultrapassam os alemães (108,5 milhões de viagens em 2018) e os norte-americanos (92,6 milhões). Os chineses viajam sobretudo na região da Ásia (Hong Kong, Macau, Taiwan, Tailândia, Coreia do Sul, Japão, Vietname) e quando optam por viagens de longo curso, os destinos predilectos são a Europa, os Estados Unidos da America e a Austrália. A China é o país cujos cidadãos gastam mais quando estão a viajar, em 2012 ultrapassaram os dos Estados Unidos e da Alemanha, que tinham até agora os turistas mais despesistas, segundo a OMT.

Em 2018, os viajantes chineses desembolsaram 1.850 dólares por pessoa ou seja 277,3 mil milhões de dólares (cerca de 250,6 mil milhões de euros) em 2018, segundo a OMT. O Conselho Mundial da Viagem e do Turismo (WTTC) recorda que o impacto económico ao nível mundial da epidemia da gripe A, que apareceu em 2009, foi estimado em 55 milhões de dólares (cerca de 49,7 milhões de euros). Em relação à epidemia do SARS 2002-2003, os danos foram avaliados em 30 a 50 mil milhões de dólares (27,1 a 45,2 mil milhões de euros).