Prolongado

Prolongado

POR: João  Rosa Santos

O último fim-de-semana, cá entre nós prolongado, serviu para fazer renascer a importância do turismo interno, apreciar inúmeras belezas naturais do país, conviver alegre e amenamente em família. Um pouco por todo o país, num frenético sobe e desce, as estradas esburacadas ou não, estiveram bastante movimentadas, cada um procurando a melhor localidade para assinalar e desfrutar do feriadão do 4 de Fevereiro. Ao contrário da cidade capital que quase ficou vazia, nas demais províncias foi intenso o movimento de gentes e de viaturas, na ânsia de se rever familiares e amigos, matar saudades, sentir o calor fraterno da “bwala”, o chilrear dos pássaros, apreciar o florir do campo, pitar os kitutes da terra. Desta vez, Malanje quase rebentou pelas costuras. Não foram poucos os naturais e amigos da província, que se fizeram à estrada, em busca de um fim-de-semana diferente, longe dos “encarramentos” e barulheiras próprias de uma capital habitada por milhões de cidadãos nacionais e estrangeiros. Como bem disse um parente e amigo do coração, “foi maravilhoso conhecer e andar pelos túneis de Laúca, pisar nas Pedras de Pungo Andongo, no mesmo local onde Nzinga Mbandy deixou a marca do seu pé”. Não menos gratificante foi ver e apreciar in situ, a espetacularidade das Quedas de kalandula, ouvir o barulhar das águas em queda livre, sentir em paz a alma renascer como se de um tônico revigorante tivesse sido ingerido. Nos Rápidos do Kwanza, a alegria quase atingiu o êxtase, viveu momentos inesquecíveis, bebeu da sabedoria popular, abriu o coração, reconheceu que no país também se faz turismo de excelência. Da cidade, dos convívios noturnos também lhe ficaram gratas recordações. Restaurantes, discotecas, quintais e quintalões deram o ar da sua graça, animando sobremaneira as noites de alguma chuva e frio, com boa música, bué de pitéu, claro está, moderadamente regado por algumas birras, tintol de barril e alguns traguitos de Katula-Mbinza. O tempo passou rápido, muito ainda ficou por se ver e conhecer. Na hora do regresso, as saudades bateram e falaram alto, para já, num próximo prolongado, fica a promessa de retorno às terras da Palanca Negra, cujas belezas naturais não se esgotam e se estendem por toda dimensão da província. À cada quilómetro de retorno à Luanda percorrido, o povo é só sorrir de alegria. Nas praças do lombe em Cacuso, na kizenga, no Lucala, no Golungo, em Maria Teresa, facturar é facturar, coluna atrás de coluna, todo mundo a encher os porta-bagagens, com um bocado dos mais variados produtos que somente o campo oferece, um momento ímpar que faz recordar os bons tempos de aliança, antigamente entre a cidade e o campo. Valeu o feriadão do 4 de Fevereiro. Palmas para a nova Angola que une e move o País de Cabinda ao Cunene!