Sem noção

Sem noção

Atacar os poderes públicos, expondo-os nos seus erros pode ser um acto louvável de cidadania, cabe naquilo que se denomina de liberdade de expressão. Mas há limites, sobretudo os da razão, ou caímos num verdadeiro pântano. Está a correr nas redes sociais uma gravação áudio de uma conversa de um cidadão do Cuanza-Norte com o governador local, Adriano Mendes de Carvalho. Não dá para entender o propósito da conversa, não dá para entender o a razão da sua gravação e muito menos a justificação da sua colocação nas redes sociais, se é que pode existir justificação alguma para este caso além da intensão única de fabricar um caso e manchar a figura do governador. Mas enganou-se o cidadão, que tem de aprender que além de correr o risco de levar com um processo judicial, a denúncia pública do que quer que seja tem de ter fundamento, ou passa a ser difamação. Na gravação percebe-se que o que se pretende é, numa conversa sem nexo, enervar Mendes de Carvalho e arranjar forma de o colocar contra os interesses da província. Acontece que além de cortês, o governante ficou-se pelas respostas lógicas para dizer que não tem como apoiar um determinado clube. Todos nós temos o dever de vigiar a governação e as instituições do Estado. E devemos denunciar o que estiver a ser feito contra os interesses dos angolanos. Não sou advogado de Mendes de Carvalho, mas neste caso particular, os seus detractores (está visto que os tem) devem procurar arranjar alguma noção do que fazer para os seus intentos. Aquela gravação acaba por matar eventuais denúncias que façam sentido, trata-se de um péssimo serviço aos que reivindicam com razão e alerta para que cada um coloque cada vez mais um filtro nos casos que coloquem em causa determinadas figuras, há muita maldade à solta.