Brent abre em baixa em Londres

Brent abre em baixa em Londres

No final da semana passada o petróleo referência para as exportações angolanas fechou negociando a 54,47 dólares o barril. A queda consecutiva do preço do crude nas principais bolsas mundiais, nas últimas semanas, segundo analistas, é resultado do coronavírus, epidemia que afecta a segunda maior economia do Mundo e também o maior consumidor de petróleo. Na última semana, a OPEP marcou uma reunião extraordinária para avaliar o impacto da epidemia coronavírus, que afecta maioritariamente a China e o seu potencial impacto no mercado mundial de Petróleo. Com o alastramento do coronavírus, epidemia que surgiu em Dezembro último, a China maior consumidor do petróleo do mundo registou uma quebra de 20%, ou seja 3 milhões de barris por dia, muito acima de 1,5 milhões do corte programado pela OPEP.

Segundo avança a agência AFP, a epidemia de coronavírus na China tem provocado preocupação entre alguns países da OPEP, muito dependentes do crescimento da segunda maior economia mundial para vender os seus barris de petróleo. Entretanto, o analista do Centro de Investigação Cientifica da Universidade Católica de Angola (UCAN), José Oliveira, não “culpa 100%” a epidemia surgida de forma furtiva no Gigante Asiatico, porquanto, segundo o mesmo, a descida do preço do petróleo era previsível neste início do ano. Para ele, o fenómeno deve-se a uma série de factores combinados com o imprevisível surgimento da epidemia do coronavírus no país maior consumidor do “ouro negro”, a China.

“A epidemia na China é que está a ter maior influência neste momento, mas já era expectável que o preço baixasse nos primeiros meses do ano por haver excesso de oferta”, afirmou o analista. Tendo em conta o ritmo de produção do crude ao nível planetário, no segundo semestre de 2019, “já se esperava pela baixa” mas o analista acrescenta que a tensão no Médio Oriente (opondo Irão e EUA) ajudou a atrasar o “fenómeno da descida abrupta do preço”. Entretanto, José Oliveira não “vislumbra” risco e nem crise nenhuma para as contas de Angola, uma vez que a situação é transitória e espera-se por ligeiras subidas à medida da progressão do ano 2020, o que vai permitir uma “compensação nas contas públicas angolanas”. José Oliveira é docente e colaborador do Centro de Investigação Cientifica da UCAN.