Angola vai contar com financiamento do Japão para a implementação da televisão digital terrestre

Segundo o ministro da Comunicação Social, Nuno Caldas Albino, que falava à imprensa à margem do seminário sobre Tecnologias de Radiodifusão da Televisão Digital Terrestre, que aconteceu, ontem, em Luanda, trata-se de uma parceria que irá revolucionar o sistema de transmissão e emissão de imagem e áudio no país. Sem mencionar o valor disponibilizado, reforçou que o mesmo será financiado com um valor baixo através de uma linha de crédito do Japão. Para o efeito, referiu que o processo de integração do analógico para o digital poderá levar de cinco a oito anos. Garantiu ainda que o projectopiloto para a implantação da televisão digital terrestre, que acontece numa primeira fase em Luanda, será abrangente para as províncias que oferecem as melhores condições técnicas como Benguela, Cabinda e Malange.

“Com a experiência-piloto da televisão terrestre digital que está a ser feita, Angola marca um passo importante”, disse. Anunciou que a acção do reforço da referida parceria coaduna com o Plano de Desenvolvimento Nacional (PND2018-2022) e os esforços do Executivo com vista a concretizar o programa da libertação digital. Sublinhou que a migração para o digital introduz assim uma nova variante na vida dos angolanos, sobretudo na vida tecnológica assente na agregação de valores em HD com ampliação substancial na qualidade dos serviços.

Por outro lado, esclareceu que, a digitalização vai ampliar de forma simétrica o desenvolvimento das infra-estruturas nacionais de transmissão das possibilidades de convergência e multimédia, a redução de custos de transmissão e permitir maior oferta de canais e serviços, e, sobretudo, maior pigmentação do consumo em Angola.

“A migração para o digital vai trazer um grande impacto para a economia angolana”.

Por sua vez, o embaixador do Japão em Angola, Hironori Sawada, afirmou que o seu país está disposto a ajudar Angola a migrar para a televisão digital terrestre. Segundo o diplomata, a migração para o digital vai trazer um grande impacto para a economia angolana. Esclareceu ainda que o seu país recebeu com grande satisfação o convite de Angola para ajudar na definição e adopção da tecnologia de Angola ISDBT (serviços integrados digitais de transmissão de rádio e televisão) ocorrida em Março de 2019.

Para o efeito, destacou a necessidade da formação técnica e profissional dos recursos humanos. Para o diplomata, a mudança para o sistema digital japonês ISDBT (Serviços Integrados Digitais de Transmissão de Rádio e Televisão) vai contribuir para melhor educação, prevenção dos desastres e melhor padrão de conhecimento sobre saúde e higiene, em Angola, que é três vezes maior que o Japão e com uma população muito jovem e com um grande potencial. Esclareceu que, neste momento, a tecnologia japonesa é usada por 20 países ao nível do mundo por isso, garante que não será diferente com Angola. “E nosso desejo conduzir a digitalização de transmissão terrestre com o apoio dos técnicos especialistas e empresários japoneses“, disse.

Garantiu ainda que, neste momento, o primeiro teste de transmissão digital solicitado em Outubro do ano passado, já se encontra concluído uma vez que foi efectuado no Palácio da Justiça. O sistema ISDT japonês possui, entre outros benefícios, características diferentes em relação a outros sistemas tais como o Sistema de Transmissão de Alerta de Emergência e Transmissão de Dados. O diplomata espera que o seminário possa servir para fortalecer cada vez mais os laços de cooperação entre os dois países.