Governo reforça CFB com quatro locomotivas enquanto estuda privatização

POR: Constantino Eduardo, em Benguela

A acção do Governo Central surge na sequência de uma série de reclamações de passageiros, que fazem o troço Lobito/Luau e vice- versa, que se queixam do número exíguo de carruagens, uma vez que, por aquela via, há um registo considerável de circulação de pessoas e bens e, actualmente, o CFB vê-se incapaz devido às limitações. A reclamação de cidadãos foi, igualmente, partilhada pelo governo provincial, facto que motivou o vice-governador provincial para o sector técnico e infraestrutura, Leopoldo Muhongo, a expor a preocupação ao secretário de Estado para os Transportes Terrestres, Guido Waldemar da Silva, em audiência que aquele concedeu a este nesta Quarta-feira, 19.

No encontro entre os dois governantes, na sede do governo, foi também levantada a questão relacionada com a dupla circulação, um assunto que preocupa o governo local. Aliás, sobre o assunto, já vários técnicos da empresa tinham revelado aO PAÍS que se terão cometido erros de engenharia ao longo do ramal Benguela/Luau. Segundo as fontes deste jornal, o orçamento investido na reconstrução dos caminhos de ferro, com destaque para os de Benguela, seria suficiente para atender a preocupação de dupla circulação de comboios, levantada pelo Governo de Benguela. À imprensa, logo após a audiência, o director-geral do Instituto Nacional dos Caminhos-de- ferro de Angola, Ottoniel Manuel, afirmou que vão ser inseridas locomotivas que vão servir o transporte de passageiros às cidades de Benguela.

Nesta perspectiva, disse o responsável, aumentaram-se mais três frequências do Huambo à província do Moxico. A inserção de mais quatro locomotivas, vai alterar significativamente, permitindo o aumento de 80 mil para 400 mil passageiros por mês. Ramal para Baía-Farta e privatização do CFB Segundo o director, nos próximos tempos, far-se-á um estudo de avaliação do projecto de construção do ramal de Benguela à Baía-Farta, para o qual o Estado espera contar com parceria privada. Pelo facto de a Baía-Farta ser potencialmente pesqueira e salineira, e dada à necessidade de exportação desses, Otoniel considera imperioso que os produtores participem, igualmente, na construção do ramal, com vista a atender à demanda do trafégo de mercadoria.

“O Plano Nacional de Desenvolvimento orienta que a construção de ramais para apoio às indústrias nos grandes centros é a cargo do sector privado”, realça. Neste momento, segundo reiterou, o Governo está a analisar o melhor modelo de concessão para o Caminho de ferro de Benguela, no quadro das privatizações, sendo certo que há, nesta altura, várias propostas de companhias estrangeiras interessadas em cima da mesa. “Em momento certo, nós poderemos avançar. Há interesses de vários países. A Alemanhã é um destes”, revela. Saliente-se que, semanalmente, partem para o Luau, saindo do Lobito, dois comboios, às Segundas e Quartas-feiras.