Carta do leitor: o mau comportamento dos agentes

Carta do leitor: o mau comportamento dos agentes

POR: Jesus A. Bembe

Caro director do OPAÍS, desejo-lhe saúde, paz, amor e vontade de festejar nesta semana do carnaval. Sou cidadão angolano, nascido no município de Maquela do Zombo, província do Uíge. Actualmente vivo na cidade, onde desenvolvo as minhas actividades laborais no ramo empresarial. Mas, fiquei meio triste e admirado com a atitude da Polícia Nacional em Luanda. Os agentes da ordem, para além de dispersarem os cidadãos que se manifestavam contra a tomada de posse do novo presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Manuel Pereira da Silva, também agrediram alguns jornalistas. Estou no Uíge, acompanhei os relatos por via dos órgãos de comunicação social e pelas redes sociais. Porém, penso que a atitude dos agentes não terá sido a mais correcta, porque os jornalistas estavam no local somente para informar. Querendo ou não, isso mancha a construção do Estado de Direito e democrático, uma vez que se pretende dar avanços neste domínio. Os agentes da Polícia Nacional, por manterem a ordem e tranquilidade públicas, são obrigados a ter noções fundamentais. Muitas vezes, a culpa não é deles, pois recebem ordens superiores e depois nunca se vê o rosto do mesmo “ordem superior”. Errando ou não, o consulado do Presidente João Lourenço começa, aos poucos, a ficar manchado com tais práticas. Para quem se dignou em moralizar a sociedade e torná-la mais justa em todos os domínios, penso que tem havido exageros e reprovo este comportamento. Por isso, espero que o Executivo, Assembleia Nacional, tribunais e a sociedade civil saibam conviver na diversidade, aliás, ela gera desenvolvimento. Violar a integridade física de cidadãos e depois os infractores saírem impunes sob a guarda dos chefes é mau para o que se pretende em Angola à luz daquilo que o Titular do Poder Executivo vai defendendo. Portanto, o jornalismo é uma profissão nobre e com regras de ouro muito próprias, logo, o direito de informar e ser informado não deve ser coartado. Entendam pelo menos isso meus senhores!