BDA tem disponíveis 300 mil milhões de Kwanzas para crédito

POR: Constantino Eduardo, em Benguela

O secretário de Estado para a Economia, Mauro Augusto, reuniu com os empresários de Benguela para lhes transmitir as acções do Executivo tendentes à facilitação do acesso ao crédito no quadro da aposta na produção nacional. A preocupação é justificada pelo facto de o Governo estar a gastar avultadas somas em dólares na importação de produtos, sobretudo os da cesta básica, reduzindo, assim, as reservas líquidas internacionais. Para se ter uma ideia, argumenta o secretário de Estado, só em Janeiro deste ano o Estado torrou 20 milhões de dólares para importação de frangos, 11 milhões para óleo de palma, 9 milhões destinaram-se à farinha de trigo, 8 milhões gastos com a importação de açúcar, ao passo que 8 milhões de USD foram gastos na importação de arroz, todos da cesta básica.

Daí que, uma vez que os números são preocupantes, o Estado, por via do Ministério da Economia e Planeamento, estará a ensaiar novos modelos de concessão, que visa facilitar o acesso a créditos. Por essa razão, espera maior adesão dos empresários de Benguela aos créditos e desafiaos a apostar, fortemente, na produção nacional. O director de fiscalização de projectos do Banco de Desenvolvimento Angolano, Bonifácio Cessa, revela que o valor global disponibilizado para financiamento de projectos, no âmbito do PRODESI, rondam os 300 mil milhões de Kwanzas.

O responsável lamenta o facto de haver poucos projectos aprovados e lamenta que a sua instituição financeira é apenas um projecto para a operacionalização do PRODESI, daí que considere imperiosos que os bancos comerciais acelerem na aprovação de projectos e remeterem-nos ao BDA para efeito de cobertura “entre 50 e 75% da taxa de juros”. Estes dados são revelados numa altura em que cresce, em Benguela, a onda de reclamações devido ao que os empresários chamam de excessiva burocracia para se aceder a créditos Não obstante esta reclamação, os empresários dizem-se descapitalizados e, segundo sustentam, o cenário para eles piorou, fundamentalmente, nos últimos cinco anos. “Estamos há cinco anos em crise e que só piora. Todo o empresário foi empobrecido devido à desvalorização do Kwanza”, reclama a empresária Ana Garrido, presidente da Associação Comercial.