Pelo menos 20 tractores agrícolas aguardam por compradores

Pelo menos 20 tractores agrícolas aguardam por compradores

O director da Agricultura e Pescas de Luanda, Vladimir Catinda, lamenta o facto das cooperactivas e associações de agricultores não conseguirem cumprir com os requisitos exigidos pelo Governo provincial para a aquisição de tractores. “A província de Luanda recebeu 30 tractores para vender aos agricultores. Quatro empresas ganharam o concurso. Porém, apenas duas cumpriram com os requisitos exigidos e levaram um conjunto de cinco tractores cada”, explica. Vladimir Catinda referiu que os requisitos exigidos para os candidatos exigiam que os compradores fossem uma cooperativa legalizada e com capacidade para comprar um kit de mecanização agrícola, composto por uma brigada de cinco tractores. Exigia-se também um adiantamento de 10 % para aquisição das máquinas e 20% até a quitação final.

O responsável salientou que o conjunto de cinco tractores está a ser comercializado ao preço de 123 milhões e 800 Kuanzas. Os dois unicados compradores são a Cintura Verde de Luanda e a empresa Hortap “Haverá necessidade de organizar um novo concurso público para que os agricultores que não conseguiram comprar na primeira etapa tenham outra a oportunidade de adquirir os tractores”, explica. Na opinião do responsável,a aquisição das máquinas agrícolas vão permitir fomentar o sector da agricultura familiar, aumentar os níveis de produção e apostar na produção industrial. Questionado sobre o que acontecerá caso os agricultores não tenham dinheiro para comprar os tractores, Vladimir Catinda referiu que os mesmos podem alugar as máquinas das empresas que ganharam o concurso a um preço kz de 35 mil para mecanizar um hectare de terral o equivalente a um campo de futebol.

A agricultura mecanizada ganha destaque  Por sua vez, o presidente da Cintura Verde de Luanda, Mito Silva, acredita que, com aquisição dos cinco tractores, os produtores vão deixar de produzir manualmente e apostar numa agricultura mecanizada. Por outro lado, garante que vão deixar a agricultura de subsistência e passar para a produção comercial, elevando a quantidade de produtos cultivados desde hortícolas, legumes e frutas. “Com dedicação e empenho é possível atingir as metas de produção agrícolas previstas durante o ano agrícola”, explica.

Quanto à aquisição de sementes e fertilizantes, Mito Silva avançou que as mesmas no mercado estão a ser comercializadas a um preço elevado, porque os importadores queixam-se dos impostos que têm de pagar e os preços recaem para o consumidor final. No seu entender, a importação de produtos de incentivo à agricultura e Pescas deveriam estar isentos de impostos e o Executivo deveria voltar a apostar na abertura dos interpostos de conservação. Os mesmos permitiriam guardar grandes quantidades de produtos a longo do ano, evitando as especulações dos preços. “Actualmente, a caixa de tomate está a ser comercializado a 35 mil kwanzas e os demais legumes também aumentaram de preços”, disse.