Angola tem cerca de mil testes para o Covid-19

Angola tem cerca de mil testes para o Covid-19

O governante fez este anúncio ao intervir na abertura do seminário sobre o Covid-19 dirigido a profissionais da comunicação social, tendo sublinhado que o país já tem capacidade técnica, tecnológica e profissional para realizar o teste da doença. Actualmente, em Angola não foram diagnosticados casos da doença, existindo 147 pessoas nos dois locais de quarentena (Calumbo e Barra do Cuanza).

Os testes serão feitos no Instituto Nacional de Investigação em Saúde (INIS), denominado vigilância laboratorial, durante 24 horas no mínimo. Antes eram feitos em Portugal e na África do Sul. De acordo com a Angop, o governante informou ser um laboratório de terceiro nível que possui toda a capacidade: técnicos formados e equipamentos adequados.

Reiterou a restrição de entrada no país de passageiros vindos da China, Irão, Coreia do Sul e Itália, que pode ser levantada tão logo demonstrem capacidade de contenção da doença. Quanto à entrada de pessoas vindas de Portugal, disse ser necessário que se confirme a existência de casos, para se incluir na lista de não-entrada no país.

Em relação aos países africanos, afirmou que foram retirados da lista, por não demonstrarem a circulação comunitária do vírus. Existem três formas de contaminação: daquelas pessoas que viajaram para exterior, vindas de países com circulação do vírus; a de quem teve contacto com quem viajou para o exterior, chamada de transmissão local, e aquela entre pessoas que não viajaram para o exterior e nem tiveram contacto com viajantes, a chamada transmissão comunitária ou sustentada.

Laboratório Nacional tem “luz verde” para testar Covid-19

O Laboratório de Biologia Molecular Nacional, instalado em Luanda, há mais de três anos, foi autorizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a realizar testes do novo Coronavírus (Covid-19), para acudir a epidemia que o mundo enfrenta. A confirmação é do chefe de Departamento de Laboratório de Saúde Pública e Vigilância Epidemiológica, Joltim Quivinja, esclarecendo que, ainda assim, o laboratório será alvo, em breve, de outras duas de três avaliações. “Apesar dessa autorização, os eventuais casos positivos que forem diagnosticados no país serão enviados para um laboratório de referência mundial, como o da África do Sul, para confirmação”, referiu o responsável no seminário dirigido a jornalistas.

De acordo com Joltim Quivinja, tal facto só acontecerá porque o equipamento nacional, que tem a capacidade para testar mais de 90 casos/dia, ainda não está acreditado pela OMS, pelo que aventa a possibilidade de os técnicos da OMS virem a Angola em Abril próximo, para se realizar a segunda fase de avaliação. Sem avançar data concreta para a acreditação final e o funcionamento pleno da unidade, o chefe de Departamento de Laboratório de Saúde Pública e Vigilância Epidemiológica sublinhou que doravante em dois dias obter-se-ão os resultados dos testes. Por sua vez, o chefe de Departamento de Vigilância Epidemiológica, Eusébio Manuel, reafirmou, na ocasião, que “Angola não possui nenhum caso positivo do Covid-19” e refutou os rumores de casos nos hospitais Geral e Josina Machel, ambos em Luanda.

Apelou aos cidadãos a comunicarem às autoridades sanitárias caso haja suspeitas de pessoas com sintomas de Coronavírus. O contacto deve ser feito através dos terminais 111, Centro Integrado de Segurança Pública (CISP), ou 937 503 349. Segundo Eusébio Manuel, os eventuais casos que forem identificados em outras províncias do país devem ser encaminhados para as unidades sanitárias de referência de cada região, onde estão criadas as condições para isolar o doente e colher amostras para serem testadas em Luanda. “As pessoas que eventualmente apresentarem sintomas do Coronavírus devem manter-se distanciadas de outras pessoas, pelo menos a dois metros, devendo solicitar os serviços de saúde para pronta intervenção e evitar o contágio e propagação do vírus”, alertou.

O seminário abordou, entre outros temas, “A situação mundial do Covid-19”, “A epidemiologia desse fenómeno”, “O quadro clínico da doença”, “A organização dos serviços de saúde para a resposta” e “O papel do laboratório e biossegurança”. Dados oficiais indicam que o Coronavírus infectou mais de 108 mil pessoas e matou mais de três mil em mais de 90 países do mundo. Em África, o primeiro caso de morte foi registado no Egipto, que conta com 48 pessoas infectadas. Além deste Estado do Magrebe, Argélia, Tunísia, Marrocos, Camarões, Nigéria, Senegal, África do Sul e Togo também já registaram casos positivos.