Censo de empresas vai produzir indicadores económicos e financeiros do tecido empresarial

Censo de empresas vai produzir indicadores económicos e financeiros do tecido empresarial

O director do INE, Camilo Ceitas, referiu que o recenseamento das empresas será efectuado em todo o país. O Recenseamento de Empresas e Estabelecimentos (REMPE) vai decorrer em três etapas. A primeira fase começou em Luanda, no passado dia 4 do mês em curso e vai até 20 de Abril. A segunda etapa também acontece durante 45 dias e irá estender-se às demais províncias. E posteriormente ao sector informal, pelo facto de ter um impacto de grande dimensão na economia. “O Governo está a investir para saber o número de empresas em Angola e são fundos emprestados pelo Banco Mundial.

Por esse motivo, a informação tem de ser utilizada da melhor maneira possível, de modo a criar-se políticas e programas para beneficiar as populações”, disse. “O REMPE é uma acção de recolha exaustiva de estabelecimentos visíveis e invisíveis, independentemente da situação legal”, explica. Segundo o responsável, para alcançar resultados satisfatórios, o programa conta com tecnologia inovadora, sobretudo para o sector empresarial informal, por não ter estrutura e não segue a lógica do mercado. Acrescentou que a aplicação vai apresentar os dados em tempo real através de ligação por Internet ou satélite.

E poderão ser monitorizadas as 18 provinciais do país. O censo vai albergar todas as empresas, independentemente da situação económica. Por outro lado, o sistema também funciona em áreas que não possuem sinal de Internet, onde a informação será armazena em tablet e tão logo haja Internet os dados são enviados para três níveis de aprovação. Camilo Ceitas salientou que o censo ainda não começou a incluir os grandes contribuintes porque o processo será feito on-line pelas próprias instituições. Durante o dia são registadas 10 empresas por recenseador.

O dirigente disse que no sector formal exclui-se do âmbito do REMPE as actividades de extração de petróleo, serviços realcionados com a banca, casas de câmbios e seguradoras. Já no sector informal ficam de fora as actividades de carácter ambulante e vendas em feiras. O responsável apela à classe de empresários para que recebam os recenseadores devidamente identificados e prestem a informação necessária para a base de dados. Sobre as equipas de trabalho, Camilo Ceitas, avançou que o programa conta com 300 jovens divididos entre recenseadores e coordenadores a trabalhar em Luanda no período de 45 dias. O mesmo período de tempo vai acontecer nas demais provinciais. Por sua vez, o coordenador do programa, Adão Fernando, referiu que a recolha está a ser feita por viade um tablet e o principal objectivo é identificar o universo de empresas que existe no país e a estrutura do tecido empresarial.

Disse ainda que o Recenseamento Empresas e Estabelecimentos (REMPE) vai durar três meses e já registou mais de 500 instituições. “Vamos ter informações do número de empresas existentes por províncias e o sector que operam, que vai facilitar a tomada de decisões do Executivo na elaboração do Orçamento Geral de Estado”, explica. Segundo ele, a aplicação faz a recolha da informação, bem como produz indicadores em tempo real até a data presente. A mesma aplicação pode trazer informações da densidade empresarial e a performance de cada um dos agentes no terreno.

“Em tempo real podemos saber quantas empresas foram recenseadas por município, por exemplo, no município de Luanda foram entrevistas 274 empresas, enquanto o de Viana conta com 267”, explica. As principais dificuldades identificadas têm a ver com o desafio logístico, pelo facto do país apresentar geograficamente regiões muitas longínquas e de difícil acesso, e a disponibilidade imediata dos empresários em fornecerem informações no terreno. O secretário de Estado para o Planeamento, Samahina Saúde, acredita que o referido programa vai ser um subsídio para melhorar as políticas do ponto de vista económico e social. Ressaltando que a recolha de dados vai ajudar os investidores nacionais e internacionais a investirem no crescimento do país. “O censo de empresas representa um grande desafio e os resultados vão permitir criar programas específicos”, ressaltou.