O Presidente do MPLA, João Lourenço denunciou esta Sexta-feira (13) que está em curso uma “resistência organizada” visando “refrear o ímpeto das medidas” de combate á corrupção no país.
“É evidente que a quebra do status quo, a perda repentina de privilégios abismais, que alguns pensam ser um direito divino inquestionável, tinha de criar resistência organizada na tentativa de conseguirem fazer refrear o ímpeto das medidas em curso para, parar ou mesmo reverter para a situação anterior”, denunciou o líder do MPLA, na abertura da II reunião Ordinária do Comité Central do seu partido.
João Lourenço denunciou ainda que “todos os meios são usados para discredibilizar o processo em curso , denegrir a boa imagem do Executivo, criar a divisão e o enfraquecimento das nossas fileira”.
Segundo o Presidente do partido no poder, “a anterior situação beneficiou a muita gente, de dentro e de fora que, obviamente, não está satisfeita com o actual quadro e por isso luta com todas as forças para ver se ainda é possível voltar a reinar no paraíso”.
“A ambição deles foi desmedida mas até deviam agradecer pelo que estamos a fazer porque se deixássemos a festa continuar talvez viessem a morrer de congestão de tanto comerem”, ironizou o também Presidente da República .
O líder do partido governante defendeu que esta luta já não só do MPLA ou da oposição mas de toda a sociedade angolana “que penalizará todos aqueles que dela desistirem ou pretenderem regressar ao passado”.
Para o Presidente do MPLA, toda a sociedade angolana defende a necessidade da continuação desta luta pelos ganhos morais, de reputação e económicos que à prazo o país beneficiará.
João Lourenço atribuiu ao seu partido o mérito de ter “a coragem e determinação de encabeçar a luta contra estes fenómenos negativos, e a todos os títulos condenáveis”, depois de reconhecer os danos provocados pela corrupção institucionalizada bem como o nepotismo e a impunidade.
O líder do MPLA disse que o seu partido respeita as vozes que se têm manifestado discordantes com a forma como a corrupção tem estado a ser combatida, mas assegurou que “estando a corrupção tipificada como crime, não há forma de evitar a intervenção da justiça para quem está presumivelmente nela envolvido.
“Respeitamos todas os pontos de vista de pessoas ou instituições que, pelo que entendemos, julgam possível combater-se a corrupção apenas com campanhas de educação, de sensibilização, de apela ao patriotismo, dispensando a acção da justiça”, disse.
Para João Lourenço, “todas essas acções são importantes e necessárias que sejam levadas à cabo pelos políticos, pela comunicação social, pelas igrejas, pelas organizações da sociedade civil mas elas servem apenas para educar, prevenir e alertar os cidadãos a não enveredar por caminhos errados”.