Os cinco suspeitos de Covid-19 em Angola deram negativo

Os cinco suspeitos  de Covid-19 em Angola deram negativo

Os cinco casos fazem parte de um leque de 104 cidadãos que foram rastreados e submetidos ao teste de Covid-19, entre nacionais e estrangeiros, desde 26 de Fevereiro até ao dia 15 do corrente. Os cinco cidadãos são um casal de angolanos de 41 e 47 anos, um luso-angolano, de 46 anos, um francês, de 55 anos e um português de 59 anos.

O secretário Franco Mufinda garantiu a fidedignidade dos testes, que foram feitos no nosso país, no Instituto Nacional de Investigação em Saúde, mas por questões de vigilância epidemiológica estes cinco cidadãos serão monitorizado até 24 dias, com visita às suas casas, para ver se houve ou não alteração do quadro clínico. O instituto supracitado tem um laboratório do tipo 3, os testes foram feitos e enviados a Organização Mundial da Saúde, que os validou.

“O único Centro de Quarentena é o do Calumbo, sendo que neste momento 31 cidadãos, dos 51 que lá se encontravam, receberam a alta ontem (14). Todos os dias fazemos os trabalhos de supervisão, tanto faz no centro de quarentena quanto no Hospital da Barra do Cuanza e no nosso Aeroporto Internacional”, disse. O Hospital da Barra do Cuanza vai servir para o atendimento de casos confirmados de COVID-19 que o nosso país venha a ter.

O MINSA continua a chamar a atenção para que as pessoas tomem as devidas medidas de segurança e contactem o CISP 111 caso registem casos suspeitos. Não há motivos para alarmar as coisas, segundo aquele responsável, porque o caso suspeito só é confirmado depois de exames laboratoriais, pelo que as pessoas devem manter-se calmas, pois a única entidade autorizada a divulgar os resultados é o MINSA. Franco Mufinda disse que o país tem técnicos treinados para lidar com situações do género, fruto da experiência adquirida ao lidarem com o Ébola. Estão também a formar os técnicos da rede primária de saúde, um processo que se expandirá a outras províncias.

Voltou a frisar que a população deve ganhar a cultura de fazer denúncias, alertando as autoridades sanitárias em caso de se ter cidadãos suspeitos dessa doença. “Apelamos a comunidade que nos ajude denunciando pessoas que terão passado por países onde se vive a doença, no sentido de facilitar o trabalho, caso tenha tosse, febre e dificuldade respiratória”, frisou.

Um total de 99 testes deram resultados negativos, restando os cinco exames que se encontram em processamento laboratorial, estes últimos que também deram o mesmo resultado. Entre os cidadãos expatriados que aguardam pelos resultados dos exames sob observação, está um cidadão de nacionalidade francesa, como já informamos, que se encontra internado na Clínica Endiama. O cidadão francês com mais de 50 anos de idade trabalha numa empresa petrolífera em Angola e teria passado por Itália. Está no país há mais de 14 dias, o tempo que o vírus leva para se manifestar. “Ele nem se encaixa justamente na tríade. Tem um vínculo de origem por onde passou, mas o período de incubação foge um bocado do que se espera. Todavia, não deixa de ser um caso suspeito. Entretanto, os exames deram negativo”. Franco Mufinda aclarou que de momento, esse cidadão já “não apresenta febre, tosse nem dificuldade respiratória”.

Prevenir é sempre melhor

O país continua sem registo de caso positivo do novo Coronavírus, enquanto a RDC, Côte d’Ivoire, Camarões, Senegal, Togo, Egipto, Tunísia, Argélia, Marrocos, Burkina Faso, Nigéria, África do Sul, Etiópia, Ghana, Gabão e Namíbia são os países africanos afectados pela pandemia. Um encontro realizado recentemente na sede do Governo Provincial de Luanda visou orientar as autoridades centrais no reforço das medidas de vigilância e prevenção epidemiológica, principalmente nas províncias fronteiriças. As medidas passam pela preparação de espaços específicos nos hospitais provinciais e municipais para atender eventuais casos de Covid-19, sensibilização da população na manutenção da higiene, com realce para a constante lavagem das mãos com água e sabão, e evitar concentração de muitas pessoas.