Escolas públicas sem condições para a prevenção do Coronavírus

Escolas públicas sem condições para a prevenção do Coronavírus

Por: Milton Manaça e Maria Teixeira 

Créusa Zua é aluno da 7ª classe e mostrou ter informações sobre como se pode proteger do Coronavírus, através de métodos de higienização das mãos. A menina de 14 anos de idade disse que diariamente os professores e a direcção da Escola nº 9049, mas conhecida por General Pedalé, em Talatona, sensibilizam a todos sobre os cuidados a ter com a doença. Todavia, os conselhos dados pelos seus mentores acaba por não se concretizar na prática, pelo facto de a instituição não ter água corrente nem sabão para lavar as mãos. O que existe são baldes ou outros recipientes onde é colocada água para todos os alunos passaram as mãos. Fruto disso,

Créusa diz que apenas lava as mãos quando sai de casa, às 7h e no regresso, depois das 12h. O seu colega Maurício Capita também domina as informações sobre os cuidados a ter com a doença, mas, diferente de Créusa, limita-se a lavar as mãos mesmo sem qualquer detergente recomendado. No distrito da Samba, a realidade das suas escolas não é diferente. Os alunos da Escola Amos Coménio, por exemplo, mostraram estar sensibilizados sobre o assunto.

Aliás, à nossa chegada, partiu deles a iniciativa de cumprimentar-nos com o cotovelo, prática que tem sido usada em substituição dos abraços ou apertos de mão. “Não tocar em corrimão, lavar frequentemente as mãos ou usar desinfetantes e evitar abraços com os colegas”, foi o que nos disse Amália Gabriel. Mas por cá, a falta de água corrente nas instalações sanitárias é também um problema para os mais de 900 alunos matriculados no período da manhã.

Responsáveis confirmam

O coordenador do turno da manhã da Escola Pedalé confirma que não têm condições de higienização para fazer face ao Coronavírus. Domingos Simão diz que a responsabilidade é maior trabalhando com crianças. “Para se lavar as mãos não seria numa única banheira, mas sim naquelas que têm torneira para que a mesma água não fosse usada por vários alunos”, disse, acrescendo que o responsável máximo da instituição se encontrava numa reunião para tratar do assunto e que espera.

Uma iniciativa louvável

Apesar das informações de falta de condições, uma iniciativa louvável chama a atenção na escola Amos Coménio. A direcção, reconhecendo a falta de condições não cruzou os braços. À entrada da escola foram colocados baldes com uma solução aquosa eficiente com lixívia e detergente em pó. o método consiste em ter um funcionário em prontidão que com uma caneca ou jarro despeja a solução aquosa nas mãos de cada criança, professor ou qualquer pessoa que entre na instituição.

Este método é repetido sempre que as crianças usam os sanitários ou as suas mãos entrem em contacto com as superfícies proibidas como os corrimãos. Jerónimo Chicucuma, o sub-director administrativo do referido estabelecimento, disse que era necessário fazer alguma coisa porque só no período da manhã estudam perto de 900 alunos. outra informação positiva fornecida pelos responsáveis das escolas em que passamos tem a ver com as paradas em que é entoado o Hino Nacional que foram canceladas.