Festival de Cannes adiado

Festival de Cannes adiado

Em comunicado assinado pela Equipa do Festival de Cannes, foi anunciado esta Quinta-feira que a 73ª edição do festival não se realizará nas datas previstas, de 12 a 23 de Maio próximo. A medida já era esperada, dada a grave situação de saúde pública que se vive no mundo inteiro e afecta agora enormemente a França, com 372 mortos e perto de 11 mil pessoas infectadas pela Covid-19 e medidas extremas tomadas pelo Governo de Macron. “Neste período de crise sanitária planetária, temos um pensamento para as vítimas da Covid- 19 e exprimimos a nossa solidariedade para com todos os que lutam contra esta doença”, começa por referir o comunicado, indicando as hipóteses que estão em cima da mesa.

“A primeira, para preservar o seu normal desenvolvimento, é um simples adiamento, para o fim de Junho e o início de Julho.” Neste momento, grande parte dos festivais de cinema está a adiar as suas edições para datas a definir, ou a realizar as suas projecções online, algo que Cannes não se pode permitir, dado o volume de negócios associado ao seu Mercado do Filme. Mas a direcção do festival mostra-se consciente de que este adiamento pode não ser suficiente. “Desde que a evolução da situação sanitária francesa e internacional nos permita avaliar as possibilidades reais, daremos a conhecer a nossa decisão, no quadro da concertação actual com o Estado e a Câmara de Cannes, bem como com o Conselho de Administração do Festival, os profissionais do cinema e o conjunto dos parceiros da manifestação”, conclui o comunicado.

O Festival de Cannes, que atribui desde 1955 a Palma de Ouro, juntamente com o Óscar de Hollywood, o prémio mais desejado do mundo do cinema, esteve para ter início em 1939. Mas a eclosão da Segunda Guerra Mundial adiou a sua concretização para 1946. Em 1948 e 1950 não se realizou, devido a problemas financeiros. Em 1968, seria interrompido depois de Truff aut, Godard, Polanski e outros realizadores terem invadido a sala de projecção em solidariedade com os operários e estudantes em greve. Era o Maio de 68. No ano do seu centenário, Manoel de Oliveira recebeu uma Palma de Ouro de carreira.