Covid-19: três formas de ajudar África no combate à pandemia

Covid-19: três formas de ajudar África no combate à pandemia

A Comissão Económica das Nações Unidas para a África, UNECA, publicou uma lista com três formas que os países mais desenvolvidos do mundo podem usar para ajudar o continente a combater a pandemia do novo Coronavírus. Segundo a UNECA, “esta é uma crise global, mas África será mais afectada, com um custo económico pesado e duradouro, que ameaçará o progresso, ampliará as desigualdades e piorará as fragilidades.”

A Comissão afirma que os países africanos “se estão a preparar para os piores efeitos dessa pandemia”, mas precisam de apoio na preparação para a crise de saúde e para as consequências económicas. As medidas que estão a ser tomadas na Ásia, Europa e América do Norte, como o distanciamento físico e a lavagem regular das mãos, serão um desafio particular para países com ligação limitada à Internet, populações densas, acesso desigual à água e redes limitadas de segurança social. Devido a essas dificuldades, a UNECA propõe três acções para as 20 maiores economias do mundo, G20.

Acção de prevenção em lagos, na nigéria

1. Apoio a uma resposta imediata e humana

Os líderes do G20 devem apoiar e incentivar corredores comerciais abertos, especialmente para produtos farmacêuticos e outros suprimentos de saúde, bem como apoiar a actualização da infra-estrutura de saúde e fornecer apoio directo às instalações existentes. Segundo a UNECA, isso permitirá que os países se concentrem na prevenção o máximo possível e comecem a construir instalações de tratamento. Também deve ser dado apoio à Organização Mundial da Saúde, OMS, Fundo Global, Aliança Global de Vacinas, GAVI, e ouo tros parceiros.

Estes países também devem apoiar campanhas de saúde pública e acesso à informação. Uma das opções é fazer uma parceria com o sector privado para melhorar a ligação à Internet, permitindo que a actividade económica continue durante as medidas de distanciamento social e apoiando o compartilhamento de informação. Segundo a UNCTAD, o comércio ilícito drena quase 3% da economia mundial

2. Aprovação imediata de um estímulo económico de emergência Segundo a comissão da ONU, os líderes do G20 devem anunciar USD 100 mil milhões para financiar a resposta imediata, em sectores como a saúde, segurança social, alimentação para crianças fora da escola e protecção do emprego. Até ao momento, já foram prometidos USD 50 mil milhões. A UNECA afirma que, em proporção com o tamanho dessas economias, o valor é consistente com a despesa prometida em outras regiões.

O pacote também deve incluir uma suspensão de todos os pagamentos de juros das dívidas nacionais, estimados em USD 44 mil milhões em 2020. Este apoio deve ser prestado com previsibilidade, transparência e responsabilidade, para que os ministros das Finanças possam planear com eficiência e a sociedade civil possa acompanhar esses movimentos e garantir que são usados no apoio aos mais necessitados. O documento chama a atenção para “a implosão da economia” no Zimbabwe que torna a situação cada vez mais precária.

3. implementar medidas de emergência para proteger 30 milhões de empregos, sobretudo nos sectores do turismo e aviação Também devem ser aprovadas medidas para apoiar as importações e exportações agrícolas, o sector farmacêutico e o sector bancário. Uma linha de crédito estendida e esquemas de refinanciamento podem ajudar a fornecer liquidez durante o ano.

Segundo a UNECA, esta disponibilidade financeira é importante para que o sector privado continue a funcionar, incluindo pequenas e médias empresas que dependem do comércio. Por fim, os pacotes de estímulo nacionais e regionais devem incluir medidas para apoiar empresas africanas, permitindo a suspensão de vários tipos de pagamentos, incluindo dívida.