Bispo anglicano apela à sociedade a cumprir o Estado de Emergência para combater a Covid-19

Bispo anglicano apela à sociedade a cumprir o Estado de Emergência para combater a Covid-19

Em entrevista ao PAíS e à Tv Zimbo, órgãos de comunicação social do grupo Media Nova, o bispo da Igreja Anglicana, em Angola, Dom André Soares, disse ser necessária a tomada desta medida para se prevenir males maiores, e garante continuar a sensibilizar os seus fiéis para evitar o contágio

Por:Ireneu Mujoco

Dom André Soares disse que a congregação que dirige continua com o processo de sensibilização dos fiéis e da comunidades para cumprir com rigor as medidas anunciadas pelo Presidente da República, João Lourenço, sobre a observância da quarentena durante o Estado de Emergência Nacional. Explicou que todo o cidadão está sujeito a cumpri-las, numa altura em que o país, até esta Segunda- feira, 30, registou a morte de duas pessoas, vítimas do coronavírus, dos cinco que estavam em tratamento.

“ Por isso, devemos cumprir todas as orientações do Governo”, reforçou a fonte, para quem, enquanto líder religioso, orientou aos seus crentes a disseminarem a mensagem contida nos dois decretos presidenciais, promulgados, recentemente, para o seu cumprimento obrigatório. O bispo angolano alertou que sem a observância das medidas, Angola pode ter consequências ne- O QUE SABER SOBRE O CORONAVÍRUS… DR Em entrevista ao PAíS e à Tv Zimbo, órgãos de comunicação social do grupo Media Nova, o bispo da Igreja Anglicana, em Angola, Dom André Soares, disse ser necessária a tomada desta medida para se prevenir males maiores, e garante continuar a sensibilizar os seus fiéis para evitar o contágio fastas, por não ter “médicos, medicamentos e equipamentos hospitalares suficientes” para dar resposta à demanda, sendo que a pandemia continua a se propagar.

Prudente nas suas declarações, Dom André Soares reconhece a capacidade profissional da comissão multi-sectorial criada pelo Governo para conter a Covid-19, mas diz ser necessário que haja condições de trabalho para se ter um desempenho favorável. Apontou que mesmo os países desenvolvidos ou mais desenvolvidos, com meios técnicos e logísticos, estão com dificuldades para combater a Covid-19, pelo que defende mais apoios por parte da Organização Mundial da Saúde(OMS) para ajudar a combater esta pandemia. Apesar das limitações, o líder religioso acredita num desfecho positivo desta epidemia em Angola, caso a sociedade cumpra com as orientações do Governo, com realce para as orientações das autoridades sanitárias.

Medidas aplaudidas

Dom André Soares enalteceu a proibição temporária dos cultos nos templos, de pessoas nos maiores locais de concentração populacional, e a restrição na circulação de pessoas bens. Apesar destas medidas, revelou ter recebido informações, a partir da província do Uíge, da entrada de vários pessoas, incluindo fiéis da sua igreja, provenientes da República Democrática do Congo(RDC), pela fronteira de Maquela do Zombo, já na vigência dos decretos presidenciais. “Oxalá tenham sido submetidos a testes”, sublinhou, defendendo o reforço das fronteiras para se evitar a transposição das pessoas entre Angola e a RDC.

“Ainda não é o princípio das dores”, diz bispo

À pergunta, se a pandemia que está a assolar o mundo, com um record de mortes diárias, jamais visto, é o princípio das dores para o regresso de Jesus Cristo, como acreditam alguns crentes, respondeu ser “apenas uma etapa da vida, mas que ainda não é o fim”. Como presbítero e homem de Deus, baseando-se nas Bíblia Sagrada, o fim dar-se-á quando não “houver mais guerras, terramotos, epidemias”, pelo que alerta os crentes a serem vigilantes porque “ ninguém sabe a hora e nem o dia em que o Filho do Homem (Jesus) virá para julgar os vivos mortos”, concluiu.

Números registados

Refira-se que as autoridades sanitárias têm o registo de 886 cidadãos suspeitos em quarentena institucional, deste número 535 estão em Luanda, sendo cinco casos positivos. Além de Luanda, segundo a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, há outros cidadãos a cumprirem a quarentena institucional nas províncias do Cunene (158 casos), Bié (4), Cuanza Norte (3), Uíge (14), Huíla (36) e Huambo (27), fora as pessoas em quarentena domiciliar