Desobediência leva 1159 cidadãos à cadeia

Desobediência leva 1159 cidadãos à cadeia

O ministro do Interior, Eugénio Laborinho, disse, ontem, em conferência de imprensa, que nestes oito dias de estado de emergência foram encaminhados à cadeia um total de 1159 cidadãos por desobediência ao que foi decretado. A cidade de Luanda, segundo o responsável, continua a dar “dor de cabeça”

Por:Romão Brandão

Cumpriu-se, ontem, oito dias desde que foi decretado o estado de emergência e, por esta ocasião, a comissão interministerial deu uma conferência de imprensa, na qual o ministro do Interior apresentou o balanço que se impõe, dizendo que 1209 cidadãos foram detidos por desobediência ao estado emergencial. Deste grosso de cidadãos, 1007 foram detidos por passagem de fronteira, 133 por desobediência às medidas impostas, nove por especulação, oito por corrupção e dois por posse ilegal de arma de fogo. A província de Luanda, em relação às demais províncias, é tida como a que mais dor de cabeça dá à Polícia e no cumprimento do que está plasmado no Decreto de Estado de Emergência não está a ser diferente.

Eugénio Laborinho prometeu que tudo será feito para que se cumpra e haja ordem e tranquilidade. “A província de Luanda é especial. A população dessa província é um tanto ou quanto teimosa. Reconhecemos que temos registado excessos nas nossas forças, por isso aproveitamos a oportunidade para pedir desculpa pelos excessos e algumas incompreensões que tenham surgido, sobretudo em Luanda”, aproveitou. Não está fácil este exercício, segundo o ministro, pelo que têm estado a apelar a toda a força de segurança para que cumpra com zelo a tarefa e, por isso, têm corrigido todos os dias, orientando os comandantes municipais.

O ministro deixou claro que a Polícia não estará na rua para “distribuir rebuçados, nem para dar chocolates”, vai actuar de acordo com o comportamento de cada cidadão. Têm estado a trabalhar de forma pedagógica, no sentido de não existir confronto entre o cidadão e a Polícia. “Haverá outro grau de intervenção. Quem tem de ficar em casa, fique em casa. Nós vamos ter que intervir e temos condições preparadas para receber os infractores, uma vez que foi criada uma cela para os novos reclusos passarem a quarentena, antes de serem inseridos no seio dos outros reclusos”, fez saber.