Trump sobre ‘pirataria’ de equipamentos contra COVID-19: ‘Precisamos das máscaras’

Trump sobre ‘pirataria’ de equipamentos contra COVID-19: ‘Precisamos das máscaras’

A Casa Branca exigiu, na Sexta-feira (3), que a maior fabricante mundial de máscaras respiratórias 3M deixasse de exportar as suas máscaras N95 para o Canadá e para a América Latina, a fim de fornecer principalmente aos próprios EUA.

“Não teve actos de pirataria. Foi o oposto […] Estamos muito decepcionados com a 3M. Eles podem vender a outros, mas deviam estar cuidando do nosso país”, lamentou o líder americano. Sem esclarecer exactamente o que quis dizer com “oposto da pirataria”, Trump sugeriu aparentemente que existiam alguns motivos perfeitamente legais para apreender remessas internacionais. “Precisamos das máscaras, não queremos que outros as obtenham.

É por isso que estamos a usar a Lei de Produção de Defesa [DPA, na sigla em inglês] de forma muito poderosa. Você pode chamar isso de retaliação, porque é isso que é, é uma retaliação. Se as pessoas não nos derem o que precisamos, seremos muito duros”, alegou Trump, prevendo que o coronavírus irá causar “muitas mortes” no seu país nas próximas semanas.

A multinacional 3M alertou a administração norte-americana para os perigos de invocar a DPA para limitar as suas exportações de fábricas americanas para outros países e perturbar complexas redes de abastecimento globais.

Represálias de países

“Cessar todas as exportações de máscaras respiratórias produzidas nos EUA causaria provavelmente represálias por parte de outros países, que fariam o mesmo, como alguns já fizeram. Se isso acontecesse, o número líquido de máscaras disponibilizadas para os EUA diminuiria efectivamente”, afirmou a 3M em declaração. No início desta semana, uma entrega de 200 mil máscaras provenientes de uma fábrica da 3M na China, destinada a Berlim, foi confiscada e desviada para os EUA, segundo o ministro do Interior alemão Andreas Geisel, que envergonhou os “parceiros transatlânticos” por esse “acto de pirataria moderna”.

Os EUA já registraram 312 mil casos de infecção pelo SARSCoV-2, segundo dados da Universidade Johns Hopkins. Destes, 8,5 mil pessoas infectadas morreram e quase 15 mil recuperaram.