QUEREMOS PREÇOS VIGIADOS EM TUDO

QUEREMOS PREÇOS VIGIADOS EM TUDO

Ilustre director José Kaliengue, receba a minha fraternal saudação, nestes dias que estamos juntos de Deus a pedir para nos salvar de mais um inimigo invisível e terrível, o Covid-19. Há dias tive duas reacçoes anormais: consegui rir e ficar revoltado ao mesmo tempo. Tudo porque anunciaram que o preço dos medicamentos passariam a ser vigiados. Isto parece-me brincadeira de mau gosto.

Andamos a quatro décadas sem vigiar os preços e agora vêm com mais um bla bla bla por causa dos efeitos do novo Coronavírus. Neste pais, os preços nunca foram vigiados e não sei qual o dia, mês e ano que conseguirão pôr cobro a esta triste situação que deixa o pacato cidadão sem Norte.

Sempre que há uma oportunidade para especulação, tudo sobe. Há quarenta anos que o período da quadra festiva é prova evidente. Infelizmente, veio o novo Coronavírus e tudo subiu e ninguém faz nada para travar a subida descontrolada de preços. Um mesmo medicamento, fabricado aonde quer que seja, tem vários preços em milhares de farmácias.

O preço é a doer quando se trata de um medicamento que não é comum. Ficas o dia a girar a cidade, gastas bué de combustível e acabas por comprar porque a necessidade fala mais alto. Se não tiveres dinheiro, o paciente piora ou morre, porque não há bolso que aguente. Há quatro semanas, tudo voltou a subir.

O gás aparece com maior frequência na candonga e a botija custa 2000. Andas de bomba em bomba e nicles. Entretanto, aparece um falador da Sonangol no nosso ecrã de casa a aldrabar que há gás para todos a preço justo. Um cartão de ovos que custava mil e quinhentos, actualmente ronda 2.500 a 3000 kwanzas. A galinha viva na Avikuxi custa 1300 kz, mas na candonga, precisamente no mercado vizinho, custa 2500. Aonde vamos parar com essa vida assim?

O INADEC parece lançar só coros e melodias. A Polícia económica idem. Enquanto só falam, tudo continua a subir para piorar a desgraça de quem vive do salário honesto.

Meus Senhores, queremos preços vigiados em tudo!
Ana Maria Bizerra Machado