Carta do leitor: Estou com o Laborinho

Caro director, Escrevo para o jornal OPAÍS porque sei que é um jornal de muita leitura. O assunto que me traz é o cumprimento do estado de emergência por parte dos cidadãos. Eu acho que a lei dá demasiadas excepções, porque as pessoas estão mesmo a abusar.

No outro dia, ia eu para o serviço, porque estou no grupo dos essenciais que não foram dispensados, e reparei em muita gente na rua. Alguns, principalmente jovens, saem só mesmo para passear. Estão a viver este período como se de férias se tratasse.

Não ficam em casa a estudar, não pensam no perigo de andar por aí, simplesmente vão à rua. Vi até jovens de mãos dadas, acho que eram namorados. A minha pergunta é: como é que aqueles acham que aquilo é amor se cada um deles neste momento representa uma ameaça para o outro e para as suas famílias? Há muita inconsciência e defendo a posição do ministro Laborinho.

Estou com ele. As pessoas, muitas delas não andam nas ruas por necessidade, simplesmente não se importam, estão pouco se importando com a lei com os perigos. Desafi am. Mas como o perigo não é individual, eu acho que as autoridades devem mesmo ser muito duras.

Qual é a necessidade de um jovem que não trabalha, que tem a escola fechada, estar na rua? Alguém tem de lhes pôr na cabeça que estão errados e que podem provocar a morte de muita gente, incluindo dos pais que lhe sustentam. Depois, o arrependimento de nada valerá.

Francisco Zangui