Ovilongwa e Sol Nascente “advogam” diferenciação das medidas do estado de emergência

Ovilongwa e Sol Nascente “advogam” diferenciação das medidas do estado de emergência

Trata-se de uma ONG e de um instituto superior, respectivamente de Benguela e do Huambo, que decidiram dar vez e voz aos angolanos sobre aquilo que pensam sobre as medidas que os decisores devem ou deviam tomar, antes da prorrogação do estado de emergência, já em vigor desde Sábado último

Por:Alberto Bambi

 A julgar pelo fim da primeira fase do Estado de Emergência, a 10 de Abril último, e o começo da sua prorrogação, a partir do dia que seguiu à referida data, a Ovilongwa Consulting e o Instituto Superior Sol Nascente realizaram, até a semana passada, um inquérito no sentido de saber do contributo dos cidadãos angolanos para se evitarem alguns fracassos teóricos, sobretudo no que ao isolamento social diz respeito Depois de ter inquirido e analisado situações que têm a ver com percentagens de pessoas desempregadas, que trabalham por conta própria e no sector informal, por conta de outrem, bem como ter registado índices da posição académica de indivíduos, mormente dos que possuem o ensino médio e superior completos ou incompleto, além dos não menos importantes dados sobre o rendimento financeiro e de subsistência, o estudo concluiu que há necessidade da diferenciação das medidas do estado de emergência.

“Ficou claro, os desempregados, trabalhadores do sector informal e famílias de pouco rendimento têm maiores dificuldades de subsistir durante o estado de emergência, havendo, igualmente, necessidade de adopção de modalidades supletivas de subsistência”, disseram os coordenadores do projecto, Carlos Upindi Pacatolo e David Boio, respectivamente do Ovilongwa e Instituto Superior Sol Nascente. O alheamento aos riscos da Covid-19 sugere que a comunicação dos casos positivos precisa ser melhorada para diluir a percepção dos inquiridos de que o “mal” atinge apenas quem viaja ou quem dele se aproxima. Outra dedução tem a ver com o facto de a decisão de reduzir o tempo de funcionamento dos mercados informais e do comércio ambulante, que passam agora ser feitos apenas nas Terças, Quintas-feira e Sábado, significar para as famílias que dependem desse sector um fardo a mais. Finalmente, os académicos acharam ser preciso alargar-se este estudo exploratório para uma amostra aleatória e mais representativa dos angolanos, com possibilidades de se fazer uma inferência dos resultados para a população angolana.

Entre os dias 7 e 9 do mês em curso, o inquérito que foi aplicado através das redes sopciais, numa ordem de 755 intervenções e de mil e 536, por telefone, sob a condução de 15 inquiridores, reidentes em Benguela, Cabinda, Cunene, Huíla, Huambo, inquiriu dois mil e 291 indivíduos com 18 ou mais anos de idade, dos quais 20 auscultações não puderam ser validadas, por razões de vária ordem. “Para a selecção dos inquiridos usou-se a “amostra por conveniência” ou “bola de neve”, razão pela qual a mesma não é representativa do conjunto da sociedade angolana”, explicou Carlos Upindi Pacatolo, em nome de Ovilongwa Consulting, tendo realçado que se tratava de uma amostra aleatória onde os inquiridos, normalmente, partilhavam as mesmas características com o todo, apesar de constituirem apenas partes desse todo.

Resultados representativos generalizado

O académico adiantou ainda que, nessas circunstâncias, o resultado que se encontra na amostra pode ser generalizado para o todo. Relativamente à amostra não aleatória, no caso impulsional, que não permite que os resultados encontrados na parte sejam generalizados, aplicandose, única e simplesmente para os que respoderam ao estudo. O facto de termos usado as redes sociais e o telefone faz entender rapidamente que o grupo da população que não tem acesso a essa ferramenta e os que não possuem um telefone não foram inclusos nessas amostras, soube OPAÍS do seu interlocutor, que reforçou dizendo que, no tocante ao telefone, as ligações foram logicamente feitas àqueles cidadãos cujos números constavam na agenda telefónica, salvandose raras excepções. Ainda assim, Carlos Pacatolo apelou à sociedade que se informar do resultado desse estudo para não valorizar somente os dados quantitativos de inqueridos que, teoricamente, poderão concluir serem poucos, mas na qualidade do trabalho realizado que procurou ter resultados, puramente representativos.