Agricultores abatem hipopótamos para salvar culturas

Agricultores abatem hipopótamos para salvar culturas

Devido à constantante destruição de culturas, alguns agricultores da província do Bengo têm colocado armadilhas para os hipopótamos, o que fez com que no dia 2 de Maio fosse encontrado morto um desses animais A carcaça de uma cria de Hipopótamo, com aproximadamente 4 ou 5 anos, foi encontrada e retalhada para consumo pelos locais, na região da Barra do Dande, província do Bengo, segundo a comissão multissectorial coordenada pelo Gabinete Provincial de Ambiente, Gestão de Resíduos e Serviços Comunitários, que investiga o acontecimento.

A comissão, que integrou igualmente a Administração Municipal do Dande, a Administração Comunal da Barra do Dande e a Polícia de Guarda Fronteiras, constatou no local que tem sido prática frequente os agricultores locais colocarem armadilhas e outras barreiras como estratégia de redução do consumo de seus produtos de lavoura. Normalmente os hipopótamos chegam a consumir mais de 60 kg de produtos agrícolas em quatro horas de pasto, causando enormes prejuízos agrícolas às populações locais.

A comissão de trabalho concluiu, portanto, que o espécimen em questão não terá sobrevivido a uma destas armadilhas, e posteriormente foi fraccionado entre os locais que o encontraram. Segundo uma nota do Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente, o hipopótamo (Hippopotamus amphibius) é uma espécie protegida pela Convenção de Washington sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Selvagem Ameaçadas de Extinção e encontra-se no seu Apêndice II desde o dia 16 de Fevereiro de 1995, constituindo a sua caça um crime contra a biodiversidade.

O referido ministério, por via do Instituto Nacional da Biodiversidade e Áreas de Conservação (INBAC), diz que vai continuar a trabalhar no programa de educação ambiental e na implementação de acções que visam a redução de conflitos homem vs animal; bem como na protecção das culturas das comunidades, enquanto se reforça as capacidades de instrução processual de casos de crimes desta natureza contra a biodiversidade.

“Outrossim, serão programados workshops de instrução com às autoridades provinciais, a fim de se padronizarem os procedimentos em casos de espécies protegidas ao nível nacional e internacional”, lêse, no documento enviado pelo Gabinete de Comunicação Institucional do ministério em questão.