Hoji ya Henda sob cerca sanitária

Hoji ya Henda sob cerca sanitária

Para o efeito, já foram localizados os hotéis onde as equipas de trabalho poderão ser alojadas. Esclareceu que têm, até ao momento, o registo de cinco casos relacionados ao “Caso 31”, que na sua maioria coabitavam com o mesmo no bairro Hoji ya Henda. O Caso 31 teve contacto directo com muitas pessoas, algumas delas já se encontram em quarentena institucional. Foram ainda identificados 85 indivíduos considerados contactos directos deste caso importado e estão a trabalhar há alguns dias com a administração local, Governo Provincial, autoridades sanitárias de vários níveis e com o Ministério do Interior para os localizar.

Estão igualmente a trabalhar com o Comando Provincial da Polícia e o Ministério das Relações Exteriores, porque na sua maioria são indivíduos da Guiné Conacri e outros países. “Portanto, também tínhamos que assegurar as questões diplomáticas estão salvaguardas”, garantiu.

Segundo a ministra, até ao momento, pelos resultados que apresenta, o país ainda não está com casos de circulação comunitária, mas “estamos a um passo, uma vez que já se tem 18 casos de transmissão local e temos estado a fazer colheitas aleatórias nas unidades sanitárias”.

Questionada sobre os supostos seis casos positivos deCovid-19 de portugueses saídos de Angola, Sílvia Lutukuta, contou que as autoridades sanitárias angolanas estão a efectuar contactos, por via diplomática e directos, para o seu esclarecimento.

País soma dois casos positivos aos já existentes

A titular da pasta Saúde, Sílvia Lutukuta, esclareceu no Centro de Imprensa Aníbal de Melo, em Luanda, que as duas amostras que testaram positivo para a Covid-19, levaram Angola a ter o registo de 18 casos de transmissão local, relacionados com os casos importados que o MINSA tem estado a divulgar.

“Por essa altura, temos um total de 45 casos, dois óbitos, 13 recuperados e 30 activos internados nos nossos centros de referência. Vale referir que todos eles são assintomáticos”, garantiu. Segundo a ministra, que falava em conferência de imprensa sobre a situação epidemiológica no país, continuam a trabalhar no alargamento da testagem e esta semana entrarão em funcionamento os equipamentos utilizados para o diagnósticos da tuberculose que, por essa altura, tem compatibilidade e reagentes para diagnosticar o Coronavírus.

“Teremos nessa altura mais três centros de diagnóstico em Luanda no Hospital Esperança, Hospital Geral e Hospital Sanatório”, revelou.

Por outro lado, contou que os três centros de diagnóstico em funcionamento, nomeadamente o Instituto Nacional de Investigação em Saúde, Hospital Militar e o Instituto de Luta Contra a Sida têm um total acumulado de 5.642 amostras colhidas, das quais 45 positivos, 5.239 negativas e 358 amostras em processamento. Sílvia Lutukuta fez saber que continuam as medidas de saúde pública em curso, assim como as acções de formação ao nível nacional em vigilância epidemiológica e manuseamento de casos em biossegurança.

Salientou a importância de manter a calma e cumprir rigorosamente com as medidas de protecção individual e colectiva. “Estamos a lidar com uma doença altamente contagiosa e que pode matar rapidamente. Os angolanos têm de perceber que a doença é um facto, já está em Angola e que o cumprimento rigoroso das medidas do estado de emergência têm que ser um facto”, clamou.

Por outro lado, Sílvia Lutukuta apelou ao uso da máscara facial, lavar as mãos várias vezes com água e sabão ou o uso do álcool -gel quando possível. De igual modo, evitar agrupamentos, manter o distanciamento social para se evitar um impacto negativo da doença no país e evitar perdas humanas.

Domésticas em casa dependerá dos patrões

O ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida, disse, na mesma ocasião, que as medidas da terceira prorrogação do estado de emergência prevê o regresso das empregadas domésticas aos seus postos de trabalhos, sublinhando que tudo dependerá dos seus patrões se as querem manter em casa ou não.

“Os empregados domésticos, até então dispensados por força do estado de emergência que o país vivencia desde o passado dia 27 de Março, já podem retomar as suas actividades, a partir de hoje”, disse Adão de Almeida, esclarecendo que à luz dessa medida as mesmas devem poderão fazê-lo das 6 às 15 horas.

Acrescentou que tudo que está a ser feito agora é manter uma atitude prudente em que preservar a saúde é o objectivo, mas sem entrar para uma situação em que a saúde asfixie por completo a economia, causando danos económicos e sociais que podiam evitar.

“A saúde continua a ser o nosso objectivo prioritário. O nosso bem maior a proteger, inquestionavelmente, mas também a economia. Temos a necessidade de combinar estes dois elementos com um estilo de vida diferente com o qual vamos ter de conviver durante mais algum tempo”, realçou.

Salientou que o país está a viver um momento que ninguém consegue dizer quanto tempo vai durar. “Portanto, não é necessariamente um afrouxamento das medidas, por isso continuamos em estado de emergência e continuamos a suspender os direitos fundamentais”, reafirmou.