Ocupantes ilegais abandonam apartamentos no Capari

Ocupantes ilegais abandonam apartamentos no Capari

A informação foi avançada ontem, à Angop, pelo coordenador do referido bloco, Paxi da Silva, que caracterizou a situação até ao momento como calma.

Deste número (150), segundo o responsável, 113 corresponde a famílias com capacidade contributiva, que habitam no bloco há mais de 10 anos, que na sua opinião deveriam ter um outro tratamento por parte do Estado.

Helena Manuel Luís, moradora do bloco, há cerca de sete anos, disse que não está na mesma situação da maior dos ocupantes, por possuir documentos comprovativos.

Lembrou que quando beneficiou do apartamento poucas pessoas habitavam no bloco, tendo acompanhado de forma assustadora a vandalização das casas por parte de supostos marginais.

Por isso, apelou às autoridades competentes a agirem com mais celeridade na atribuição de casas, para que situações do género não voltem a acontecer.

Entretanto, uma fonte na Procuradoria- Geral da República (PGR) disse à Angop que o processo de investigação está em curso, e que os cidadãos notificados continuam a ser auscultados.

Em Abril, a sub-procuradora geral da República titular da província do Bengo, Carla Patrícia Correia, havia afirmado que as pessoas que invadiram as residências na centralidade do Capari cometeram crime de usurpação de imóvel, punível no código penal.

“Caso se comprove e haja matéria suficiente, os ocupantes poderão estar implicados no crime de extorsão de imóvel, punível no artigo 445º do Código Penal, cuja pena a aplicar é de dois anos de prisão correccional”, sublinhou na ocasião.

Em Março, cerca de 150 residências do tipo T3, desocupadas há mais de sete anos, na centralidade do Capari, província do Bengo, foram invadidas, por supostos funcionários públicos e outros cidadãos em Abril último.

As casas vandalizadas estão localizadas no bloco 8, de 30 edifícios de um piso, com 480 apartamentos.

Destes apartamentos, a Sonip entregou, em 2013 e 2014, de forma simbólica, residências aos primeiros 30 beneficiários, que vivem oficialmente até à presente data.

No Bengo, um número significativo de funcionários públicos e estudantes residem na capital do país (Luanda) e diariamente fazem o trajecto (Caxito-Luanda) e viceversa, num percurso de 100 quilómetros para o cumprimento da jornada laboral e estudantil.