Gigante chinesa protesta decisão unilateral de Trump na indústria tecnológica global

Gigante chinesa protesta decisão unilateral de Trump  na indústria tecnológica global

A decisão anunciada pela administração Trump ordena que todas as empresas estrangeiras que usem equipamentos para o fabrico de vários componentes tecnológicos nos EUA, sejam obrigadas a obter uma licença nos EUA antes de os fornecer à chinesa Huawei.

Em comunicado de imprensa distribuído à margem da 17ª Reunião Anual de Analistas Globais da Huawei, que decorreu até ontem, 20 de Maio, a decisão do governo norte-americano é caracterizada como sendo unilateral e arbitrária. A Huawei manifesta a sua preocupação, visto que a decisão põe em causa toda a cadeia global de produção e distribuição tecnológica.De acordo com o referido comunicado, na sua busca por restringir a influência da Huawei, o governo de Donald Trump tomou uma decisão unilateral que vai afectar os serviços de telecomunicação de mais de 3 mil milhões de pessoas, que usam produtos e serviços da Huawei em todo o Mundo.

Segundo a liderança da empresa, o governo norte-americano ignorou os interesses de consumidores de todo o mundo para atacar uma empresa líder num país estrangeiro, pondo em causa o argumento recorrente segundo o qual as alterações das regras de fornecimentos são motivadas por questões de segurança dos equipamentos e das redes fornecidas pela Huawei.

Economistas e especialistas do mercado de tecnologias acreditam que a decisão do governo norte-americano não afecta apenas a Huawei, sendo garantido que o impacto será negativo para o mercado global como um todo. A longo prazo, prejudicará a confiança e a colaboração no mercado global de semi-condutores da qual muitos sectores dependem.

Apesar de estar submetida a duras restrições, a Huawei manifesta o seu compromisso de investir mais, continuar a disponibilizar mais serviços aos seus clientes, mantendo-se aberta a cooperar com fornecedores e parceiros em todo mundo.

A Huawei é o maior fornecedor mundial de equipamentos de telecomunicações e o segundo maior fabricante de smartphones. A empresa chinesa está presente em Angola há perto de 20 anos, ao longo dos quais tem prestado serviços nas áreas de sistemas e equipamentos tecnológicos para os sectores público e privado.

A Huawei já investiu mais de 60 milhões de USD para a construção de um Centro de Inovação e Formação em Talatona, que vai beneficiar mais de 500 estudantes a partir de 2022, ano em que se antecipa a sua conclusão.

Fundada em 1987 por Ren Zhengfei a Huawei é, actualmente, avaliada em 858.8 mil milhões de dólares, estando presente em 170 países e contando com uma força de trabalho de 180 mil trabalhadores.