“Pretendo ter uma carreira internacional, fazer música que seja agradável para todos”

“Pretendo ter uma carreira internacional, fazer música que seja agradável para todos”

Tudo começou quando tinha os seus 4 anos de idade, quando cantava e encantava os mais próximos a si. Com 10 anos passou a compreender melhor o seu gosto pela música. Teve como motivação e fonte de inspiração o seu pai, que muitas vezes, quando ela tinha os seus 3 anos, escutava diante da filha várias canções em língua nacional kimbundu.

Aos 13 anos começou a fazer Kuduro e teve a oportunidade de gravar o seu primeiro tema musical naquele estilo também dançante. De lá para cá, não mais parou. Com 17 foi convidada a integrar num grupo musical, onde gravou o primeiro tema musical no estilo Kizomba e Ghetto Zouk.

Depois desta, passou a trabalhar a solo, fazendo covers em bares, onde interpretava canções cantadas em Kimbundu, de músicos renomados no mercado, por falta de apoio. O primeiro tema musical que interpretou foi “Avô Beia”, do músico Predito, uma das primeiras que aprendeu a cantar em kimbundu.

Posteriormente, passou a interpretar temas de Elias Dya Kimuezo, Carlos Burity e do falecido Artur Nunes e Lurdes Vandúnem, entre outros, a fim de ganhar maior notoriedade e conseguir apoios para prosseguir com o labor. “Apesar de não dominar fluentemente o Kimbundu, consigo interpretar. Ao ouvir a música consigo logo captar. Às vezes, mesmo sem perceber, conseguia conversar com a minha falecida avó que dominava bem este dialeto”, contou

Nos concursos musicais

Para se auto-promover e conseguir apoios, optou por participar em vários concursos musicais, como o Big Show na TV Zimbo, Estrelas de Angola na Banda TV, no The Voice Angola e no Angola Encanta, até mesmo em eventos nas rádios, isso entre 2014 e 2017. Mas, apesar de os resultados, nos lugares cimeiros, não terem sido alcançados, nunca pensou em desistir do seu sonho, de vir a cantar, ser reconhecida no mercado musical e pelo público através do seu talento.

E mesmo quando pessoas próximas a desencorajavam de perseguir o seu sonho de “toda à vida”, Márcia manteve-se firme nele, com a esperança de um dia ver os seus trabalhos a serem emitidos nas várias cadeias televisivas e rádios do país.

“Nos concursos, apesar de muitos dizerem que estava a ser injustiçada não relevei, porque sempre acreditei no meu potencial. Por mais que eu caísse levantava sempre para recomeçar, porque sei o que é bom para mim. Por isso, estou na luta até hoje”, aferiu.

Agenciada

Durante a fase em que actuava em vários lugares, através da sua persistência foi-lhe apresentado, pelo seu irmão, o jovem compositor Jandir Tree, em 2016, com quem passou a trabalhar, tornando-se também no suporte de que precisava. Em 2018, através dos contactos feitos pelo mesmo, passou a fazer parte da produtora Yalankuwu Eventos, onde também o compositor passou a prestar o seu labor.

O contrato para trabalhos com a produtora foi efectivado no ano passado, que em seguida facilitou-lhe a gravação de um tema musical intitulado “Na lua”, com o respectivo vídeo clip que é transmitido nos vários canais televisivos no país, como o Afro Music. Com este tema musical, a jovem cantora tem promovido o seu trabalho nas cadeias televisivas do país e em eventos culturais e sociais.

A segunda harmonia que seria gravada em Abril deste ano, não procedeu, devido ao estado de emergência decretado desde 27 de Março, que impõe o confinamento social. Esperançosa com a vinda de dias melhores garantiu que após o período de confinamento vão prosseguir com os trabalhos, que numa primeira fase vai priorizar o lançamento de um EP, no próximo ano, composto por cerca de oito faixas musicais.

Reconhecimento

Com a música e o respectivo vídeo- clip promocional, apresentado em canais também de carácter internacional no país, hoje, disse ser reconhecida por parte do público angolano, que nas ruas incentivam-na a prosseguir e investir no trabalho musical. Ressaltou que muitos foram surpreendidos com o referido trabalho, que, após a visualização, tudo fizeram para contactá-la e incentivar, para que de facto prosseguisse com o que mais gosta de fazer, que é cantar.

Outros estilos musicais

Apesar do estilo musical cantado no momento, Ghetto Zouk, pretende no futuro cantar o Semba, por admirar e inspirar-se nos trabalhos de músicos consagrados no mercado nacional e internacional, referidos anteriormente.

“Hoje sou agenciada e me sinto feliz por isso. Este é um dos primeiros passos necessário para me afirmar no mercado musical. Pretendo ter uma carreira internacional, agradar ao público no geral, fazer música que seja agradável para todos, claro, investigar sempre e dar passos promissores”, rematou.