Descarte descontrolado de luvas e máscaras preocupa agência de resíduos

Descarte descontrolado de luvas e máscaras preocupa agência de resíduos

O resíduo mal-acondicionado e descartado descontroladamente constitui perigo para quem assim procede, para a sua família e amigos porque nunca se sabe quem será a vítima do nosso erro. Por esta razão, a Agência Nacional de Resíduos, neste particular momento, mostrou-se preocupada com o descarte de luvas e de máscaras no meio ambiente.

Estes dois bens, quando descartáveis, são os que mais se encontram no lixo, nesta fase de prevenção e combate ao novo Coronavírus, pelo que, Monteiro Lumbo, PCA da referida agência, apela ao descarte responsável desse tipo de resíduos por parte de quem o usa, colocando-os em lugares apropriados, embalados em sacos de plástico.

“Deve ser destruído com cortes para evitar que terceiros os reutilizem. Por serem materiais descartáveis, facilitam a propagação da doença se não formos responsáveis. Por isso, temos incentivado o uso de máscaras produzidas em tecidos, de longo uso e duração, na medida em que, sendo lavável e reutilizável, evita a proliferação de máscaras descartáveis cirúrgicas/hospitalares”, defende.

A consequência imediata do descarte descontrolado de luvas e máscaras descartáveis pode ser a disseminação da doença, segundo aquele responsável. Sendo um inimigo invisível, ninguém está imune de ser contaminado e, por conseguinte, ficar doente, em alguns casos, razão pela qual reitera o “apelo de sermos responsáveis”.

Com a situação da Covid-19, fica- se com a sensação de que houve um esquecimento de outras preocupações relacionadas aos resíduos, mas Monteiro Lumbo fez saber que não é isso o que está a acontecer. Embora o foco maior de momento seja a luta contra a Covid- 19, continuam com as mesmas accões e estratégias.

A Agência Nacional de Resíduos (ANR), enquanto órgão de natureza pública, é um órgão regulador e fiscalizador cujo fim principal é a gestão da política sobre resíduos no país. “É uma grande preocupação o descarte descontrolado de luvas e máscaras, e não só, de resíduos em geral. Temos apelando aos cidadãos para que sejam bons cidadãos e amem o meio em que todos habitamos, cuidando”, reforçou.

Clínicas não são postas de parte

Sobre as clínicas, o PCA da ANR disse que os resíduos por estas unidades produzidos obedecem aos mesmos cuidados. Nos termos da lei, devem elaborar e submeter à Agência Nacional de Resíduos o Plano de Gestão de Resíduos, um manual que defina como são geridos os resíduos produzidos.

As clínicas devem, ainda, contratar uma operadora especializada em resíduos hospitalares para a recolha e tratamento desses resíduos. O Plano de Gestão de Resíduos é certificado pela ANR, após confirmação “in loco” em visita técnica.

“Por esta razão, não há preocupação, por enquanto, para os resíduos desse sector, aliás, todas as unidades fabris, comerciais, de serviço etc., que geram resíduos, devem submeter, para aprovação, junto da ANR, os seus Planos de Gestão de Resíduos, para certificação e licenciamento”, sublinhou.

Importa frisar que, em Maio do corrente ano, a Agência Nacional de Resíduos, em parceria com o Ministério da Saúde, realizou um seminário sobre gestão de resíduos hospitalares perigosos e não perigosos, em que estiveram várias instituições/entidades, incluindo estrangeiras, com o objectivo de impulsionar a estratégia nacional sobre resíduos hospitalares. A referida actividade veio dar resposta às preocupações do Estado quanto a biossegurança, em todas as unidades e centros hospitalares, de diagnóstico, entre outros. Actualmente, garantiu Monteiro Lumbo, estão a trabalhar no seguimento das recomendações do seminário.