Carta do leitor: Canal do Kikuxi

Carta do leitor: Canal do Kikuxi

Por: Ana Maria Bizerra Machado
Luanda

Distinto director do Jornal OPAÍS, votos redobrados de bem-estar a todos os profissionais do vosso e nosso diário apetecível que às primeiras horas de cada manhã oferece-nos a realidade do país e do mundo.

A situação do Canal do Kikuxi já mereceu várias cartas. Esta é mais uma, na esperança de que dias melhores vão acontecer graças a nossa persistência e teimosia de ferro em busca do bem comum. Aliás, “água mole, bate tanto em pedra dura que um dia fura”.

Vários governadores passaram por Luanda e o Canal do Kikuxi sempre na desgraça. Inúmeros administradores passaram pelo município de Viana, mãe da região agrícola do Kikuxi, e nada fizeram para o seu crescimento saudável e acolhedor. Estes dois reparos voltam às linhas da carta do leitor porque, na verdade, o Canal do Kikuxi continua a pedir socorro.

Semanalmente, vê-se cadáveres a flutuarem no Canal. Uns morrem afogados e outros são mortos e atirados para a água. A invasão permanente de terrenos e a construção anárquica de casas é outra maka grossa. O próprio canal tem sido vandalizado de todas as maneiras e feitios. Tudo, num desrespeito total pela vida humana e ao meio ambiente.

Depositam pneus podres, colchões, artigos em plástico, entulhos de obras e todo o tipo de lixo no canal.É extremamente grave o que se vê naquela área agrícola, destinada a cintura verde Luanda. Um canal de irrigação transformado no canal da morte e da bandalha. Meus senhores, a água do Kikuxi alimenta a vida de Viana, Camama, Talatona, Benfica, Nova Vida, Fubu, Dangereux, Iraque, etc.

É muito azar para o Kikuxi viver de cisas arrepiantes e que agoniam a nossa alma e o nossos corações. Há mais de dois anos que a sua população e detentores de empresas sediadas no canal do Kikuxi são surpreendidos com constantes inundações provocadas pelas enchentes de água. Tal situação, afecta a vida de quem habita e trabalha no Kikuxi, porque o acesso é um Deus nos acuda.

Buracos, lombas e valetas ao longo de 13 km. É preciso respeitar e valorizar o investimento de muito boa gente que dá empregos. As fábricas, fazendas e os complexos turísticos. Muito mais poderia expor nesta carta. Quando é que o Kikuxi e o seu canal vão conhecer dias melhores? Não sei se será na época do Presidente João Lourenço. Ou se temos de fazer um tratamento tradicional……

A salvação do Canal do Kikuxi parece estar mesmo entregue nas mãos de Deus.