“Penso” para elas

“Penso” para elas

“Sabemos que cerca de 95 mil crianças [meninas] de 9 a 18 anos ficam em casa durante o período menstrual por não poderem comprar produtos menstruais. Ao torná-los disponíveis gratuitamente, apoiamos estas jovens a continuar a aprender na escola”, afirmou Jacinda Ardern, a primeira-ministra da Nova Zelândia.

Não é a única, a primeira ministra da Escócia levou o país a ser o primeiro do mundo a pôr na lei a gratuitidade dos bens de higiene menstrual. Em África, também o Rwanda se tornou notícia por ter prestado atenção a este assunto. E Angola?

Alguém em Angola alguma vez se perguntou sobre a implicação da falta de acesso a estes produtos na produtividade das mulheres trabalhadoras? Na frequência escolar das meninas? Enfim, na qualidade da vida das pessoas do sexo feminino no nosso país?

Dirão que isto é uma espécie de frescura dos países que têm dinheiro, etc., mas isto apenas porque os quem assim pensa não se consegue pôr no lugar do outro e porque, uma vez mais, neste país não se faz contas para lá da barriga e do bolso agora.

Legislar neste sentido e aplicar a lei, feitas bem as contas, acaba por trazer benefícios sociais e económicos muitas vezes maiores do que o suposto gasto que o Estado teria de suportar subsidiando a gratuitidade destes produtos.

Teria muito menos gastos com problemas de saúde de mulheres derivados das suas especificidades, teria menos absentismo, teria maior produtividade, teria cada vez mais jovens mulheres empenhadas na escola e poderia ainda aproveitar para incrementar a educação sexual e para a promoção da maternidade responsável.

Os outros já fizeram as suas contas, nós, aqui, nem as “mamãs” de uma certa organização feminina partidária que tem a mania de se meter em tudo…