Candando pede apoio ao Executivo para manter 2000 funcionários

Candando pede apoio ao Executivo para manter 2000 funcionários

À semelhança das restantes empresas, a Condis LDA, empresa da qual faz parte a rede de Hipermercados Candando tem nos últimos meses enfrentado um conjunto de desafios e dificuldades, com impactos directos no negócio, fruto da degradação económica do país, e agravadas pelas necessárias medidas de confinamento impostas como resposta à crise pandémica do Covid-19:

Há quatro anos no mercado, o projecto Candando encontra-se ainda numa fase de desenvolvimento e de reembolso, do capital investido, à banca. Tratando-se, o Candado, de uma empresa de retalho moderno, foram necessários grandes investimentos na construção dos estabelecimentos comerciais, nas infra-estruturas para as operações, e no capital humano, tendo sido projectado um investimento total de USD 400 milhões para implementação de uma rede de hipermercados e supermercados.

O projecto Candando é um investimento privado, e foi na sua integralidade pago e financiado pelos seus accionistas e pela banca comercial, nomeadamente pelos Banco BIC, Banco BAI, Standard Bank, Banco Millenium Angola, não tendo tido qualquer tipo de apoio do erário público, nem qualquer aporte de fundos do Estado angolano.

As lojas Candando têm dinamizado a economia nacional, com aquisição de produtos “Feito em Angola”, tal como o peixe e a carne nacional, e produtos nacionais frescos como frutas e legumes vindos do interior do país. O Candando apoia, activamente, a produção nacional, sobretudo dos bens agrícolas e agro-pecuários, comprando estes produtos a mais de 100 fazendas, agricultores, pescadores e produtores angolanos, os quais apoia também com alguns insumos, além de firmar acordos estáveis de compra de produtos locais com grande regularidade.

Fruto do arresto preventivo encontram- se bloqueadas as contas bancárias dos accionistas, assim como vedado o acesso aos dividendos e a fundos que poderiam servir para apoiar o Candando, e apoiar a sua operação corrente,e obrigações para com empresas fornecedoras de bens, rendas, serviços e entidades bancárias.

Por outro lado, acresce que a pedido da PGR de Angola, as autoridades congéneres portuguesas, procederam ao bloqueio das contas bancárias das empresas do grupo Candando em Portugal, contas essas que serviam para a abertura de linhas de crédito e pagamentos junto de fornecedores internacionais.

Empresa Condis Lda apresenta plano de revitalização

Face a esta situação, a empresa Condis Lda apresentou um plano de revitalização, e solicitou o apoio às entidades competentes neste sentido, tendo já, entretanto, tido a oportunidade de expor a sua situação junto do Ministério do Comércio.

O processo de ajuste a uma nova realidade e a um conjunto próprio de constrangimentos obriga a repensar o negócio e determina que a gerência do Candando ponha em curso um plano para inverter a situação, plano este que foi aprovado pela sua administração, e que foi apresentado aos seus quadros no início deste mês de Junho de 2020.

O referido plano passa por manter os seus hipermercados e supermercados abertos, sendo, para tal, necessário o apoio das entidades competentes para garantir o acesso a linhas de crédito para compras a fornecedores nacionais produtores e para as compras internacionais.

O apoio do Estado angolano é assim fundamental, no acesso e concessão de linhas de crédito com taxas de juro mais acessíveis enquadradas eventualmente no programa Prodesi e nos programas de apoio a empresas nacionais com base no Aviso 10 e outras medidas, sobretudo para o Candando promover, aumentar, e ajudar na compra e no escoamento dos produtos nacionais e do campo, vindos do interior do país.