“Há um paciente com Covid-19 desaparecido”

“Há um paciente com Covid-19 desaparecido”

A ministra da Saúde, que falava na habitual conferência de imprensa sobre a situação epidemiológica do país, no Centro de Imprensa Aníbal de Melo, revelou as autoridades estão à procura do morador do bairro do Banga Ué, município do Kilamba Kiaxi, que testou positivo e está desaparecido.

Sílvia Lutukuta esclareceu que não foi instalada cerca sanitária neste bairro. “Nós temos um contacto de um caso positivo que está desaparecido e nós precisamos de encontrar e só por isso se fez a cerca”.

Por outro lado, revelou que os 12 casos têm idades compreendidas entre os 11 e 92 anos. Trata-se seis casos de contaminação local e seis importados da Rússia, dentre eles, oito são do sexo masculino e quatro do sexo feminino e que, por essa altura, estão internados na Zona Económica Especial, no Centro de Tratamento de Viana.

Com estes novos casos, a estatística indica 130 casos positivos, com cinco óbitos, 42 recuperados e 83 casos activos, sendo que dois requerem atenção especial e os restantes estão clinicamente estáveis nas unidades sanitárias de referência. Assim sendo, o quadro epidemiológico nacional apresenta 64 casos importados e 69 de contaminação local.

De salientar que um dos recuperados das últimas 24 horas é o mediático “Caso 31”. Um cidadão comerciante da Guiné Conacri que infectou várias pessoas no bairro Hoji ya Henda.

Em relação aos testes, fez saber que por via dos laboratórios do Instituto Nacional de Investigação de Ciências de Saúde, do Instituto de Luta Contra a Sida, do Hospital Militar bem da Luanda Medical Center, empresa privada, têm um total de 14. 156 amostras, dos quais 130 positivas, 12.903 negativas e a 1.123 que se encontram em processamento.

33 pessoas telefonaram ao Centro Integrado de Segurança Pública (CISP), sendo duas delas para denunciarem violações do estado calamidade e 31 com o propósito de solicitarem informação sobre a Covid-19.

Mais dois casos na Multiperfil, provoca permanência da cerca sanitária

Sílvia Lutukuta anunciou que não vão levantar a cerca sanitária na Clínica Multiperfil, como inicialmente estava previsto, pelo facto de dois dos 12 casos positivos serem de pessoas que aí se encontravam. Os outros quatro pacientes que também fazem parte do grupo de transmissão local, estão entre as mais de três mil pessoas que estão privados temporariamente da liberdade na cerca sanitária do Hoji ya Henda.

Já os outros seis provenientes da Rússia que testaram positivos se encontravam em quarentena institucional.

Entretanto, a ministra da Saúde esclareceu que entre as duas pessoas da Clínica Multiperfil está um ancião de 92 anos de idade que testou positivo e está internado. “É por essa altura assintomático, a sua doença de base está controlada pelo que se se encontra estável”, frisou.

Disse que o segundo caso ocorrido nesta unidade hospitalar privada está relacionado com uma das suas profissionais de saúde. “É uma médica que trabalha no serviço de urgência da clínica”, revelou.

Por essa razão, tiveram de tomar algumas suspender o levantamento da cerca sanitária da clinica que estava para ontem, dependendo da avaliação epidemiológica que se tinha de fazer.

“Temos que dar nota que todas as pessoas que estão na cerca da Multiperfil foram testadas. Essa testagem foi efectuada há mais de sete dias. E, por essa altura, todos os exames negativos que temos na Multiperfil têm que ser reavaliados”, contou.

Sílvia Lutukuta explicou que como houve interacção entre os profissionais que estão a trabalhar no mesmo local, há toda a necessidade de se tomarem medidas adicionais.

Fez saber que uma equipa vigilância epidemiológica da Direcção Nacional de Saúde Pública e outra da Direcção Nacional dos Hospitais, do Ministério da Saúde, estão a trabalhar com a direcção na clínica Multiperfil.

“Por enquanto, foram tomadas as seguintes mediadas: manter por enquanto a cerca sanitária. Hoje [ontem] foi iniciada com caracter de urgência a testagem dos 30 pacientes internados. Após a testagem acreditamos ter ainda hoje [ontem] o resultado destes testes”, disse.

A titular da pasta da Saúde explicou que após a testagem vai se tomar os casos negativos com critério de alta. Os pacientes internados cujo resultado for positivo serão transferidos para outras unidades sanitárias.

Entretanto, hoje serão testados todos os profissionais que se encontram nessa cerca sanitária para, a partir daí, tomarem melhores decisões do ponto de vista de saúde pública em relação a estes profissionais.

Cidadãos em cerca sanitária do Hotel Diamantes com resultados negativos

A ministra da Saúde anunciou que os exames de todas as pessoas que se encontram na cerca sanitária do Hotel Diamante atestam que nenhum deles está contaminado com o novo Coronavírus, pelo que poderão ser liberados brevemente.

O mesmo não se aplica as pessoas que estão nas cercas sanitárias do bairro da Sapu e do Hoji ya Henda.

A governante descreveu esta área como sendo bastante vasta e os seus habitantes não convivem uns com outros. Entretanto, vão continuar a fazer a testagem e os contactos dos casos positivos que serão insolados, testados novamente e transferidos para os centros de quarentena.

Já em relação a cerca sanitária da Sapu, explicou que se vai fazer a colheita de amostras no início da semana e se forem todos negativos terão alta.

Referiu que continua a cerca sanitária nacional, a provincial e de algumas ruas do bairro Hoji ya Henda bem como de um condomínio de 10 casas na Sapu.

Governo traça estratégia para trazer angolanos que estão no exterior

Em relação a possibilidade de se realizar voos humanitários na Namíbia, disse ser uma preocupação da Comissão Multissectorial uma vez que muitos cidadãos nacionais que se encontram na Namíbia e África do Sul que têm conseguindo entrar no país usando métodos inapropriados.

Segundo a titular da pasta, estes cidadãos têm sido colocados em quarentena institucional na província do Cunene. “Há uma estratégia que está a ser preparada e avaliada para tratarmos desta situação dos nossos compatriotas que estão fora. Alguns em situação difícil”, garantiu.

A governante reiterou que já têm os resultados de 130 cidadãos que foram testados no Cunene e que todos os dias têm registo de cidadãos que furam a cerca sanitária e entram nesta província e são colocados em quarentena institucional.

Fraca produção da indústria farmacêutica na Zâmbia leva Angola a recorrer a China e Índia.

Questionada sobre a aquisição de medicamentos que podia ser feito na Zâmbia, em vez da China e da Índia, cujos custos de transportação ficam mais elevados, Sílvia Lutukuta esclareceu que recorreram a estes dois países pelo facto de a indústria farmacêutica deste país que faz fronteira com não ter alta capacidade para exportação.

“Tem indústria farmacêutica que resolve os problemas locais, medicamentos básicos para tratamento de doenças mais básicas como a malaria, alguns antibióticos e anti-inflamatório. O que também era feito cá e que depois parou”, frisou.

Porém, disse acreditar que no futuro Angola também irá retomar a indústria farmacêutica e estar igual a Zâmbia.

Paciente com Covid-19 morreu de outras patologias

Sílvia Lutukuta esclareceu que as causas da morte do paciente de Covid-19 que se encontrava na Clínica Multiperfil foram complicações que nada têm a ver com esta doença. “A morte foi causada por doenças graves como hipertensão, insuficiência renal crónica descompensada, acidente vascular grave”, detalhou.

A ministra da saúde alertou que continuam as medidas de protecção individual e colectiva bem como a luta contra a descriminação das pessoas infectadas ou curadas da Covid-19 e suas famílias.

Recomendou que as pessoas olhem para esse vírus como uma doença grave devemos e de fácil contágio que pode provocar a morte.

“Angolanos são assintomáticos, mas com capacidade de transmitir”

“Angolanos são assintomáticos, mas com capacidade de transmitir”.

De acordo com Sílvia Lutukuta, está em curso um trabalho entre as instituições congénitas do Instituto Nacional de Investigação em Saúde no sentido de fazer-se o sequenciamento genético do vírus de alguns casos que foram grandes transmissores e não só. Isso porque o vírus tem sofrido muitas mutações.

Razão pela qual, consideram fundamental que se saiba que mutações o vírus sofreu em Angola e qual é o comportamento em relação a população, uma vez que na sua maioria os casos infectados “são pessoas assintomáticas, mas com capacidade de transmitir o vírus”.

Por outro lado, fez saber que já têm profissionais de saúde que vão trabalhar nos hospitais de campanha e nos que estão a ser apetrechados. “O hospital de campanha em Viana está por essa altura com profissionais militares que têm tido bom funcionamento e está a acolher todos os casos que são referenciados esses dias”, frisou.