Nível da Albufeira da Barragem do Gove próximo do pleno

Nível da Albufeira da Barragem do Gove próximo do pleno

A albufeira da barragem hidroeléctrica do Gove, na província do Huambo, está próxima de atingir a sua cota máxima de mil e 590 metros, ou seja o Nível Pleno de Armazenamento (NPA), um feito que não acontecia há oito anos.

Segundo o administrador da Empresa Nacional de Produção de Electricidade (Prodel), Pedro Afonso, que falava ontem à Angop, neste momento a albufeira está com uma cota de mil e 588,9 metros.

Segundo o gestor, o feito é resultado de uma melhor gestão definida pela equipa de operação do Gove e também da interligação com o sistema Norte, a partir de Laúca que permite a não utilização de toda a água do reservatório para turbinar as três máquinas de 20 MW cada uma.

Com o nível de água armazenada no reservatório, explicou que Gove pode fornecer até 60 MW, mas, neste momento, não necessita, daí que a terceira máquina está na reserva.

“As três estão operacionais, mas apenas duas estão sincronizadas na rede interligada, debitando cada uma 15 MW”, disse. Explicou que o reservatório só está a atingir o pleno agora, porque a barragem esteve a produzir energia para a área adjacente, mas agora a interligação ao sistema Norte permite que Gove recupere o nível de reserva de água na albufeira e ser útil principalmente no período de estiagem.

Também está a desempenhar um grande papel que é de regular a quantidade de água que chega até à barragem da Matala (província da Huíla) e a que vai à Namíbia e fazer cumprir, deste modo, o acordo bilateral com o nosso vizinho a Sul, ou seja defluir entre 40 a 80 metros cúbicos por segundo, para que a “Pátria de Nujoma” não ressinta por conta de qualquer produção a montante.

Enfatizou que, actualmente, a produção hídrica acaba por assumir-se como principal fonte para o fornecimento de energia em Angola e, por conta disso, o Estado vem poupando, desde 2017, com a colocação de centrais térmicas em “stand by” cerca de 30 mil milhões de Kwanzas, com a redução de combustíveis diesel e consumíveis.

Esses recursos financeiros que se destinavam às térmicas acabam por ser investidos noutras áreas.