Cidadão supostamente morto pela Polícia Nacional no Palanca

O facto ocorreu no Bairro Palanca, município do Kilamba Kiaxi, quando João Eliseu se dirigia ao seu local de trabalho, um campo nas imediações, que usava como zona de lavagem de viaturas, e foi surpreendido, segundo testemunhas, por dois agentes da Polícia que exigiam o uso de máscara.

Por não se ter apresentado com a máscara, João terá sido obrigado a dar cambalhotas, por castigo, coisa que não aceitou e fê-lo colocar-se em fuga. Os agentes, segundo ainda as testemunhas, terão feito disparos ao ar, e o jovem, que sofria de hipertensão, caiu no chão, tendo perdido a vida 40 minutos mais tarde, no Hospital dos Cajueiros, no município do Cazenga.

Entretanto, a Direcção de Comunicação Institucional e Imprensa da Polícia Nacional de Angola, embora tenha confirmado que tomou conhecimento da morte de João Assunção, através das redes sociais, e que tal morte esteja a ser imputada aos agentes da Polícia, disse que não foram os agentes que causaram a morte ao referido cidadão.

Num comunicado de imprensa, a Polícia diz que o cidadão em causa não foi alvo de disparos de arma de fogo, como circula nas redes sociais. “O facto ocorreu por volta das 10:00H, no perímetro jurisdicional do Centro de Formação de Adestramento de Cavalaria e Cinotecnia, onde os agentes do referido órgão exerciam o serviço de patrulhamento, quando, na sequência abordaram, o cidadão em causa, mostrou resistência”, diz o documento.

Os agentes chegaram a efectuar um disparo ao ar após o jovem ter mostrado resistência, pelo facto de haver registos frequentes de assaltos à mão armada naquela zona, situação que levou a que o cidadão em questão entrasse em estado de choque.

A Polícia diz ainda que tão logo denotaram a recuperação do mesmo, os agentes deixaram que o cidadão continuasse a sua marcha, mas que horas depois, quando voltaram a patrulhar o mesmo local, João foi encontrado desmaiado.

Diz ainda o comunicado que o Centro Integrado de Segurança Pública foi accionado e acorreu ao local, por volta das 12 horas e levou João ao Hospital dos Cajueiros, onde veio a conhecer a morte por volta das 17 horas.

A Polícia “lamenta o sucedido e esclarece que, as autoridades sanitárias farão a devida autópsia para determinar as reais causas da morte e serão divulgadas nos próximos dias. Os agentes em causa estão identificados e foi instaurado o competente processo de averiguação sobre os factos. Caso se comprove o envolvimento dos mesmos, serão responsabilizados criminal e disciplinarmente”, lê-se.