Não há patriotismo na terra dos outros. Explico-me: se não se ama uma terra, mesmo não sendo aquela em que se nasceu, então dificilmente se desenvolve o chamado patriotismo. O assunto é com- plexo, mais do que aquilo que aparenta, mas deve ser olhado de frente.
Já tivemos situações neste país em que muita gente deu a vida pela pátria, mas também aqueles que deram a “camisa” ao outro, ao seu compatriota.
De poderosos a anónimos, de ricos a pobres. Já tivemos casos em que empresários agiram com patriotismo, é preciso reconhecer.
Mas estou agora a olhar para o patriotismo que se exige neste momento específico de pandemia e que até deve ser acarinhado: o dos empresários nacionais. Bem, os que sobram.
É preciso saber que dinheiro é também uma questão de soberania. E, nisto, não adianta fomentar lutas internas, antes pelo contrário, é preciso alargar o número. Angola precisa de muitos empresários com sucesso e com dinheiro.
Eles criam empregos, geram riqueza. Aqui, a prática é mais a de destruir o outro para lhe ficar com o lugar, um absurdo. Na actual situação económica mundial e com as nossas condições de mercado, sejamos sérios, ajudas só mesmo com algum patriotismo também.
Os investidores vão deslocalizar-se para mercados que lhes permitam recuperar dos prejuízos causados pela pandemia, também têm as suas pátrias a apelar ao seu patriotismo.
Não é à-toa que nos outros países a discussão neste momento está virada para a questão económica, para as em- presas.
Aqui aplaude-se quando um cai.