Cuanza-Norte regista 4º caso de Covid-19 e aumenta para 172

Cuanza-Norte regista 4º caso de Covid-19 e aumenta para 172

 

Sílvia Lutukuta, que falava na habitual actualização dos dados sobre a pandemia no país, esclareceu que as idades dos novos contagiados variam dos nove aos 29 anos.

Entre eles, quatro estão relacionados com a cerca sanitária do Hoji ya Henda, um da cerca sanitária da Clínica Multiperfil e um outro da província do Cuanza- Norte, de que se aguarda a informação para avaliar o seu vínculo epidemiológico.

“Desta forma, temos um total cumulativo de 172 casos, oito óbitos e 66 recuperados. Por esta altura, temos 98 casos activos, dos quais um requer atenção especial.

Os restantes são assintomáticos e estão em tratamento nas nossas várias unidades de prestação de serviço de assistência a casos de Covid-19”, referiu. A ministra da Saúde corrigiu a informação prestada na Quinta-feira que dava conta de que o cidadão de 61 anos que perdeu a vida no Hospital Militar de Luanda era um dos três indivíduos que testaram positivo esta semana no Cuanza- Norte.

Afirmou que os três estão vivos e a ser assistidos. “Tivemos sim outro caso de um profissional do Cuanza-Norte que vive habitualmente em Luanda e que também tem relação com a cerca sanitária do Hoji ya Henda.

Esse indivíduo foi, por força do seu trabalho, para o Cuanza-Norte, esteve lá poucos dias e teve de regressar porque não estava bem. Foi nesse contexto que foi evacuado para Luanda”, frisou.

Fez saber que inicialmente o mesmo foi tratado numa outra instituição de saúde e depois foi para o hospital militar, onde o quadro se agravou drasticamente e acabou por falecer.

Questionada sobre o que determinou a decisão da evacuação dos pacientes da província do Cuanza- Norte para Luanda, Sílvia Lutukuta explicou trata-se de pessoas que furaram a cerca e que vivem em Luanda, pelo que deviam voltar para os seus lugares de proveniência, enquanto a província lidava com os contactos e reforçava as medidas locais para o pior cenário e também por se tratar de casos assintomáticos e transportáveis.

Entretanto, as autoridades sanitárias no Cuanza-Norte procederam à instalação de cerca sanitária numa das zonas do bairro Sambizanga, periferia da cidade de Ndalatando, e na rua dos Índios, no casco urbano da mesma cidade, por serem locais onde os cidadãos infectados pelo novo Coronavírus vivem e exercem as suas actividades comerciais.

Sílvia Lutukuta anunciou, ontem, que foram enviados para essa província equipamentos como ventiladores, monitores, bombas infusoras e camas para cuidados intensivos. Isto porque, apesar de se ter feito localmente um esforço grande para encontrar um espaço e o preparar para atender eventuais casos, ainda não havia esses equipamentos para prestação de serviços diferenciados.

Um processo que é de âmbito nacional. Por outro lado, do ponto de vista laboratorial, disse haver um total de amostras recebidas de 19.840, dos quais 172 amostras positivas, 15.654 negativas e 4.014 outras se encontram em processamento. Segundo a governante, há 461 casos suspeitos investigados, os contactos sob vigilância são 292 e pessoas em quarentena institucional são 544.

Neste particular, houve uma redução de 15 pessoas que receberam alta de quarentena institucional, sendo 14 na província de Luanda e uma alta no Bié.

O Centro Integrado de Segurança Pública (CISP) recebeu, nas últimas 24 horas, 76 chamadas, das quais um alerta de caso suspeito de Covid-19, 71 relacionadas a pedidos de informação sobre o vírus e quatro denúncias de violação da quarentena.

Cerca sanitária do Hoji ya Henda levantada hoje

“Mantém-se a cerca sanitária do Hoji ya Henda que prevemos fazer o seu levantamento amanhã [hoje]. Mantém-se também a cerca sanitária da Multiperfil, de Luanda e a nacional e continuamos em estado de calamidade”, recordou.

Sílvia Lutukuta falou também sobre todos os procedimentos epidemiológicos que foram tomados em conta no Hojia ya Henda, apontando como razão do controlo da situação localmente.

Enfatizando que já se testou, no referido cordão sanitário, mais de três mil e 400 pessoas. Os casos positivos estão internados e os contactos direitos isolados e em quarentena.

Assim sendo, prosseguiu, apesar do levantamento da cerca sanitária, vão continuar a acompanhar a área, incluindo as zonas circunvizinhas, uma vez que o bairro Hoji ya Henda, do ponto de vista social, é precário.

“Para além de avaliar a situação sanitária, temos a situação social daquela área que também é precária. É difícil e vamos continuar a manter a vigilância na área.

Esta área é também uma área de eleição para estudos de imunidade e, assim, vamos acompanhar essa área e as circunvizinhas”, garantiu.

PR reconhece esforços de profissionais no combate à Covid-19

O Presidente da República, João Lourenço, manifestou, ontem, na rede social Twitter, o seu reconhecimento pelo sacrifício que os profissionais do sector da Saúde, das forças da Ordem, os jornalistas e as tripulações dos Boing 777 da TAAG tem feito em prol do combate à Covid-19, afirmando que não têm poupado esforços para minimizar a probabilidade de expansão do vírus.

Garantiu, por outro lado, que o Executivo está atendo a outras patologias como a malária, a insuficiência renal, as doenças diarreicas nas crianças e outras.

“Neste mês da criança, o Hospital Pediátrico de Luanda vai ganhar uma nova unidade com banco de urgência, internamento e unidade de tratamento intensivo (UTI). De realçar que a ministra da Saúde, Sílvia Lutukuta, disse que a Organização Mundial da Saúde (OMS) teve uma atitude de humildade no último encontro em que participou, reconhecendo que as orientações que são dadas para aplicabilidade de determinados protocolos têm regras que devem ser avaliadas no contexto de cada país.

Segundo a ministra, foi o que aconteceu com a Covid-19, cada um tomou as medidas de acordo com o seu contexto. “E ali vai o exemplo de África.

Como estávamos já rotulados como países que teriam mais dificuldades no combate à Covid, tomamos as medidas de prevenção atempadamente e, por esta razão, não estamos nos números projectados pela OMS, olhando para situação global do continente”, afirmou.

Por outro lado, advertiu que quem pular a cerca sanitária vai ser severamente punido e já há pessoas a serem presas e julgadas sumariamente. “Ninguém vai estar impune”, frisou.

País com casos de dengue hemorrágico e de leptospirose

Fez saber a ministra da Saúde que nesse momento há casos de dengue hemorrágica no país. Em dois casos terminaram em mortes, para apurar as causas fez-se autópsia, que confirmou o diagnóstico de dengue.

Explicou que também há uma outra doença que é a leptospirose que pode causar este tipo de manifestações. Entretanto, Sílvia Lutukuta apela às pessoas a terem cuidado com os ratos, por ser o reservatório deste micro-organismo.

Especificou que ocorreram pelo menos dois casos em que o diagnóstico foi leptospirose. “Portanto, temos de ter toda a cautela com os ratos. Temos de evitar os lixos, fazer saneamento. Em casa temos de ter cuidado com os ratos, não beber nas latas e ter cuidados com o que se compra nos armazéns, porque isso tem a ver com a urina dos ratos”, explicou.

A porta-voz da Comissão Multissectorial para a Prevenção e o Combate à Covid-19 disse que qualquer hospital pode ser porta de entrada para a Covid-19.

“Nós, no nosso plano de contingência, definimos nos hospitais uma área de triagem e uma pequena área de isolamento. É o que acontece com outros locais de tratamento”, explicou.

Próxima semana país terá testes ciriológico

Sobre os testes serológicos, garantiu que no início da próxima semana o país terá estes testes, cuja previsão de chegada estava para ontem, salientando que os mesmos não vão substituir os diagnósticos por RT-PCR.

Este é o teste de biologia molecular que se está a fazer no país. O teste serológico só vai identificar alguns casos activos.

Huíla reforçada com alguns ventiladores

Sílvia Lutukuta anunciou que a província da Huíla já foi reforçada com alguns ventiladores e que o país conta neste momento com mais dos 300 aparelhos destes que estavam previstos.

“Por esta altura, o país deve ter perto de 500 e já estamos a distribui-los pelas províncias”, frisou. Salientou que a Huíla tem uma boa unidade de cuidados intensivos para tratamento e lá estão bons intensivistas que também montaram o centro de tratamento da Covid-19.

Sílvia Lutukuta apelou ao cumprimento das medidas de protecção individual e colectiva com o objectivo de cortar a cadeia de transmissão, como lavar as mãos com frequência com água e sabão ou usar o álcool gel.

Usar a máscara em recintos fechados como transportes públicos, locais de trabalho, bancos e manter o distanciamento entre as pessoas.

“Vai aqui um apelo para a não discriminação aos actuais casos de Covid-19, aos casos curados e suas famílias. Relembramos aqui que a Covid-19 é uma pandemia com proporções alarmantes, com um impacto negativo nas economias e social que alterou a vida das famílias e dos indivíduos.

E nós devemos continuar a acatar as medidas dos competentes decretos”, apelou.