Assessor da Casa Branca volta atrás em comentários de que acordo comercial com China estaria “acabado”

Assessor da Casa Branca volta atrás em comentários de que acordo comercial com China estaria “acabado”

O assessor comercial da Casa Branca, Peter Navarro, voltou atrás nas suas declarações de que o pacto comercial entre EUA e China estaria “acabado”, provocando volatilidade nos mercados já abalados pela pandemia de Coronavírus.

Navarro disse que os seus comentários estavam “extremamente fora de contexto”, enquanto o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou no Twitter que o acordo com a China está “totalmente intacto”.

“A expectativa é de que eles continuem a cumprir os termos do acordo”, disse Trump no Twitter. Antes, Navarro disse à Fox News numa entrevista que “ele está acabado” ao ser questionado sobre o acordo comercial.

Ele afirmou que o “ponto de viragem” aconteceu quando os EUA souberam da disseminação do Coronavírus apenas depois que uma delegação deixou Washington após a assinatura da fase 1 do acordo, em 15 de Janeiro.

“Foi um momento em que eles já tinham enviado centenas de milhares de pessoas para este país para espalhar o vírus, e foi apenas minutos depois de as rodas terem subido quanto aquele avião descolou que começamos a saber dessa pandemia”, disse Navarro.

A China respondeu nesta Terçafeira às afirmações de Navarro sobre o acordo comercial com desdém.

“Ele mente consistentemente e não tem honestidade e credibilidade”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian, aos repórteres.

Quanto ao acordo comercial, Zhao afirmou: “A postura da China sobre a questão tem sido consistente e clara”. Ele direccionou perguntas específicas para os departamentos pertinentes.

Os mercados financeiros ficaram voláteis, com os futuros accionários dos EUA inicialmente a cair e moedas sensíveis ao risco em queda.

Eles recuperaram a maior parte das perdas depois de Navarro, um dos maiores críticos da China entre os assessores de Trump, divulgar um comunicado afirmando que as suas declarações “foram extremamente tiradas do contexto”.

“Elas não tinham nada a ver com a fase 1 do acordo comercial, que continua em vigor. Eu estava simplesmente a falar da falta de confiança que temos agora no Partido Comunista Chinês depois de eles terem mentido sobre as origens do vírus e impingido uma pandemia ao mundo”, disse ele.

As negociações comerciais entre os EUA e a China levaram mais de dois anos, colocaram tarifas sobre 370 biliões de dólares em produtos chineses, afectaram os mercados financeiro e o crescimento global bem antes do surto de coronavírus ter provocado uma recessão mundial.