Droga e sexo podem propiciar propagação da Covid-19 em Ndalatando

Droga e sexo podem propiciar propagação da Covid-19 em Ndalatando

A denúncia é da directora do Gabinete Provincial da Saúde, Filomena Wilson, que considera que o comportamento “irresponsável” dos cidadãos pode propiciar a propagação e multiplicação de casos.

Segundo a responsável, os cidadãos “protestam o facto de terem sido colocados em quarentena institucional” em função da suspeição à sua volta resultante da investigação despoletada depois da descoberta dos primeiros casos positivos na capital da província do Cuanza-Norte.

A directora refere que as pessoas, além de comportamento promíscuo estarão a consumir drogas, cuja fonte de fornecimento se desconhece, tendo sido mobilizadas forças policiais para evitar “vandalismo e danos que estão a ser provocados na infraestrutura de acolhimento”, uma unidade hoteleira privada.

“Aqui (em Ndalatando) a desobediência está pior que em Luanda. Pulam, fazem o que quiserem e temos de ter polícia em toda a parte dos hotéis porque eles até rebentam as portas da unidade para irem embora”, denunciou a responsável.

A directora, por altura da entrevista telefónica a OPAÍS, dizia encontrar-se no pátio do hotel Camuaxi diante de um significativo contingente policial pertencente ao Comando Municipal de Cazengo, na tentativa de conter os distúrbios. “É claramente um comportamento de delinquentes.

Protagonizam confusão e, pior ainda, com uso de estupefaciente que não sabemos de onde vem”. A directora Filomena Wilson receia que, com este tipo de conduta, a explosão de casos seja apenas uma questão de tempo. “Aqui vai haver (explosão de casos) porque as pessoas não querem obedecer, nem respeitar a distância recomendada”, revelou, preocupada.

Na cidade de Ndalatando estão instituídos três centros de quarentena institucional, nomeadamente o hotel Camuaxi (arredores da cidade) e os hotéis YU e Miradouro no casco urbano da cidade jardim.

Na Terça-feira, 15, a província registou os primeiros casos positivos, envolvendo um angolano e dois cidadãos do oeste-africanos que, segundo informação oficial, “terão furado a cerca sanitária imposta em Luanda”.

Desde aquela altura que se instalaram cercas localizadas e foram recolhidas amostras de centenas de pessoas que aguardam resultados em quarentena domiciliar e institucional.