Atenção às dietas

Atenção às dietas

O Executivo está num processo de redução de gastos, do peso do Estado. Ou seja, entrou em dieta de emagrecimento, quer ele próprio pesar menos no bolso dos contribuintes. Isso é bom. É desejável, é o caminho certo. Um bom exemplo.

Entretanto, olhando para o esquema de fusões e extinções de institutos, direcções e serviços públicos, fica muito fácil perceber que em alguns casos se está a criar entraves ao desenvolvimento, à famosa diversificação da economia e de fontes de receitas em divisas.

Haverá institutos que vão desaparecer por serem, eventualmente, pouco produtivos, mas o problema não está na sua natureza, está nos modelos de gestão, sobretudo política. Na área da agricultura, a mais próxima de ajudar na dita diversificação, as soluções encontradas em alguns casos significam retrocesso e paralisação, que mais cedo ou mais tarde se terá de rever.

Claramente, o maior problema da agricultura neste país é a postura política.

É que agricultura é terra, é gente, é campo, país mesmo, e investimento, mas muitos dos designers da nossa administração, infelizmente, tem sempre os olhos postos lá fora e noutro tipo de economia, de importação e de serviços.

Os técnicos têm de perder o medo e começar a falar, a explicar, a inculcar em certas cabeças o que é agricultura de facto, longe do lugarzinho das farras de fim-se-semana. Por exemplo, a extinção ou fusão do Instituto do café merece interrogações.

Seria bom também ouvir os pecuaristas e os veterinários de verdade sobre o que lhes vai acontecer.