Carta do Leitor: Energia no Cuanza-Norte

Carta do Leitor: Energia no Cuanza-Norte

Por: José Luís
Luanda

Com o nome na imprensa por causa dos casos de Covid-19 que surgiram, para além de Luanda, o Cuanza-Norte voltou à ribalta esta semana por causa de um projecto que não merece ser abafado pela doença que amedronta a todos.

Não obstante o medo que se apossa sobre as pessoas, o governador local, Adriano Mendes de Carvalho, lançou o projecto que deverá electrificar, nos próximos 20 meses, os municípios do Ngonguembo, Banga e Bolongongo.

Numa altura em que o país vai assinalar os seus 45 anos de Independência, ainda existiam munícipes que não usufruíam deste bem, mesmo sendo esta província uma das principais produtoras no país.

Ao longo dos anos, os habitantes de muitos municípios do Cuanza-Norte eram praticamente esquecidos. Conseguiam divisar os vários postes de alta tensão são que saem da província com destino a Luanda e outras partes do país, mas eles próprios continuavam a viver uma autêntica penumbra como se fossem angolanos de segunda.

Com o projecto de electrificação, lançado no histórico município do Golungo Alto, não há dúvidas de que o progresso facilmente deverá chegar aos municípios contemplados, assim como a outras artérias de Cazengo e o próprio Golungo Alto.

Serão indústrias e outros projectos agrícolas que começarão a fazer morada, sobretudo em determinados pontos em que a produção de café ainda é uma certeza.

Quem circula por aquelas paragens sabe que as populações locais há muito se perguntavam se estavam esquecidas. Esta semana, alguns deles tiveram motivos suficientes para sorrir.

Desde sempre que se defendeu o Cuanza-Norte como uma das principais regiões que podem ajudar Luanda a se desafogar, tanto em termos de população como de investimentos, alguns dos quais acabam até por destruir largos e monumentos que deveriam ser protegidos.

Acreditamos que o actual governador também esteja contente por ver concretizar, durante a sua gestão, um desejo há muito aguardado pelos cidadãos. E fazê-lo num momento crítico, em que as pessoas estão sedentas de informações positivas, deve ter um sabor ainda mais agradável.