O Comité de Economia e Energia do Parlamento alemão deverá efectuar audiências para debater as novas sanções dos EUA contra o gasoduto Nord Stream 2 e a soberania energética da Alemanha e da Europa em geral.
Schroder, que é também presidente do Comité de Accionistas da Nord Stream AG, salientou ao jornal Handelsblatt que as sanções contra um aliado da OTAN durante a recessão económica “não representam mais que o fim deliberado da associação transatlântica”, “um ataque à economia europeia, um atentado inaceitável contra a soberania da UE e a segurança energética da Europa Ocidental”.
Segundo o ex-chanceler, as consequências financeiras das sanções seriam extremamente graves.
“Ficariam em risco 12 biliões de euros em infra-estruturas europeias, enquanto os consumidores na Europa enfrentariam custos adicionais de 4 biliões de euros”, afirma. Além disso, “mais de 120 empresas nos sectores da construção naval, engenharia, protecção do meio ambiente e segurança, que trabalham ou trabalharam com o Nord Stream 2” também seriam ameaçadas, acrescenta Schroder.
A construção do gasoduto, impulsionada por uma aliança entre empresas da Rússia, Alemanha, Áustria, França e Países Baixos, foi suspensa em Dezembro de 2019, depois de Washington ameaçou com sanções a empresa suíça Allseas, que realizava as obras.
Dos mais de 1.230 quilómetros de tubos, faltam construir menos de 169. O gasoduto contará com dois ramais para transportar anualmente um total de 55 biliões de metros cúbicos de gás.
O projecto foi concebido para diversificar as rotas de fornecimento do gás russo para a Europa e elevar a segurança energética.
Os EUA e alguns países europeus como a Polónia, a Letónia e a Lituânia se opõem ao novo gasoduto. Os Estados Unidos tentam vender à Europa o gás natural liquefeito das suas jazidas de xisto.
No começo de Junho, senadores norte-americanos introduziram um projeto de lei para sancionar todas as empresas que proporcionem certificação, seguros e instalações portuárias para a construção do gasoduto Nord Stream 2.