Candidatas à liderança da LIMA defendem realização do V Congresso apesar da Covid-19

Candidatas à liderança da LIMA defendem realização do V Congresso apesar da Covid-19

Por ocasião do seu 48.º aniversário, comemorado a 18 de Junho, o presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, admitiu a possibilidade de o V Congresso da LIMA ordinário ser realizado este mês, apesar da propagação do novo Coronavírus.

Falando num acto de massas, em Viana, arredores de Luanda, o líder da UNITA tinha orientado a comissão preparatória eleitoral do conclave que retomasse as actividades preparatórias, apesar de não ter sido marcada uma nova data.

A candidata Manuela dos Prazeres Kazoto, atendo-se ao discurso do presidente do partido, defendeu que o conclave se realize adaptando-se ao contexto actual.

Em declarações, ontem, a OPAÍS, sustentou que uma vez que estejam criadas todas as condições de biossegurança, não vê motivos que impeçam a realização deste evento partidário.

Manuela dos Prazeres, antiga jornalista da extinta Vorgan (Voz de Resistência do Galo Negro) é de opinião que a pandemia da Covid-19 não pode parar o país político, pelo que as três candidatas, a direcção do partido e a comissão eleitoral devem encontrar consenso.

“Temos de chegar a um consenso sobre as modalidades que devem ser utilizadas para a realização deste evento”, disse, defendendo que o conclave seja realizado por regiões ou por vídeo- conferência, caso a situação o exija.

Mas o que a candidata pretende mesmo é a realização do congresso com a participação presencial das delegadas, para conferir melhor transparência a um acto desta dimensão.

“A opção presencial é ainda melhor do que aquela que é realizada por vídeo-conferência”, sublinhou, alegando estar preparada para o desafio, e acredita numa boa safra eleitoral, optismismo sustentado pelo trabalho que tem vindo a realizar junto das delegadas ao conclave.

Vídeo-conferência

Enquanto prevalecer a cerca sanitária sobre a província de Luanda, impossibilitando a deslocação das delegadas ao congresso, a candidata Domingas Ndjungulo defendeu também a realização do congresso via vídeo- conferência.

Ndjungulo reconheceu que a situação epidemiológica do país inspira cuidados face à propagação do novo Coronavírus, mas não pode parar, pelo que a LIMA deve realizar o seu congresso para a renovação dos seus mandatos. Fundamentou que a LIMA, mesmo na época de guerra, realizou sempre os seus congressos, e a pandemia do Coronavírus não pode constituir um obstáculo ou empecilho.

“Temos de estar preparadas para encontrarmos uma solução. Se a situação se prolongar por mais seis meses ou um ano como será?” interrogou-se.

Segundo ainda Domingas Ndjungulo, o país tem que estar preparado para avançar com os seus projectos políticos, sociais, económicos e culturais, e a Covid-19 não pode travar o progresso de Angola e dos angolanos. Já a presidente cessante, Helena Bonguela Abel, numa recente entrevista a este jornal, partilhava da opinião das duas primeiras candidatas ouvidas por este jornal.

Entretanto, OPAÍS soube de fonte ligada à comissão eleitoral que, apesar do anúncio do presidente, a direcção da UNITA ainda não orientou a retoma dos trabalhos, mas fá-lo-á tão logo receba novas indicações.

Desde a normalização institucional da UNITA de um partido político militarizado para uma força política, após o fim da guerra, já ocuparam o cargo de presidente da LIMA, Miraldina Jamba e Helena Bonguela, e a primeira, desde a sua fundação chamava-se Eunice Sapassa.

Maria Miranda Cassule