Zungueira espancada por fiscais da Administração do Lubango clama por apoio para alimentar dois filhos

Zungueira espancada por fiscais da Administração do Lubango clama por apoio para alimentar dois filhos

Joana Luzia Tchimuco, de 26 anos de idade, foi espancada no passado dia 1 do mês em curso por fiscais da Administração Municipal do Lubango, quando se encontrava a realizar a venda ambulante de frutas numa das ruas da cidade. 

Como resultado da agressão, a jovem zungueira ficou internada durante seis dias no Hospital Central do Lubango, onde foi submetida a uma intervenção cirúrgica na zona do abdómem. 

Segundo contou à nossa reportagem, no momento da agressão perdeu o seu negócio, com o qual sustentava os seus dois filhos e irmãos, já que ela é mãe solteira. 

“Assim que eles nos apanharam, começaram a nos bater, não consegui fugir porque um deles agarrou-me pelos cabelos e atiraram-me na viatura e começaram a me bater, e lá perdi o meu negócio, o meu telemóvel e o dinheiro da venda daquele dia” disse. 

A nossa interlocutora é mãe de dois filhos menores de 10 anos, sendo um com deficiência motora. Além da falta de alimentos, Joana Luzia Tchimuco lamenta ainda a falta de dinheiro para a aquisição de medicamentos para dar continuidade ao seu tratamento. 

“Tive alta na Terça-feira (7), lá passaram-me uma receita que está aqui em casa, mas não tenho como comprar os medicamentos por falta de dinheiro, os meus filhos não têm o que comer, se eles não me batessem deste jeito, a esta altura estaria a vender e os meus filhos teriam comida” desabafou. 

Administração Municipal do Lubango estuda mecanismo de apoio A Administração Municipal do Lubango garantiu que está em curso um estudo de viabilidade para encontrar uma maneira de prestar apoio à vendedora ambulante durante a sua convalescença. 

Esta garantia foi dada numa conferência de imprensa recente do director do Gabinete Jurídico da referida Administração, tendo dito que já foi prestada toda a assistência institucional Gualberto Longuenda disse que a Administração Municipal esteve permanentemente em contacto com a direcção do Hospital Central do Lubango, de forma a imputar todos os gastos inerentes da assistência médica e medicamentosa ao Estado. 

“O que a Administração Municipal garantiu é apoio institucional, uma vez que ela mereceu tratamento a nível de uma instituição hospitalar pública. 

O que a Administração Municipal fez, foi interagir de forma permanente em primeira instância com a direcção do Hospital e com os médicos, para que todos e quaisquer custos que se impusessem fossem imputados ao Estado, não por admitir culpa no estado da senhora, mas porque se tratava de uma cidadã cujos factos que a levaram naquelas circunstâncias afectam a Administração Municipal”, disse. Gaulberto Longuenda, acrescentou que existe na Administração Municipal do Lubango uma área se Acção Social que está a estudar uma forma de prestar apoio de forma efectiva à vendedora ambulante. 

No entanto, antes do fecho desta edição, OPAÍS contactou Joana Luzia Tchimuco para junto dela saber se já tinha recebido algum apoio da Administração Municipal e ela disse que não. 

“Ainda não recebi qualquer apoio da Administração, apenas recebi apoio das minhas vizinhas que me trouxeram cinco canecas de farinha de milho, que estamos a comer estes dias” explicou. director do Gabinete jurídico da Administração Municipal do Lubango. 

João Katombela, na Huíla