Observatório Político defende maior acesso à informação sobre as acções de erradicação da pobreza

Observatório Político defende maior acesso à informação sobre as acções de erradicação da pobreza

Numa altura em que o país atravessa sérias dificuldades financeiras e económicas, resultantes da queda do preço do petróleo, o Governo anunciou, recentemente, que pretende, até 2022, reduzir a taxa de incidência de pobreza de 41 por cento para 25.

Para o coordenador do Observatório Político e Social (OPSA), Sérgio Calundungo, a disseminação de informações sobre as políticas públicas visando a redução da pobreza ajuda no processo de esclarecimento das acções públicas neste segmento.

Fazendo uma análise a essa pretensão do Executivo, o coordenador do OPSA afirmou que o mais importante seria perceber como o Governo pretende ver reduzida a pobreza e que coisas novas ou diferentes passará a fazer para a concretização desse Objectivo.

Falando em exclusivo a OPAÍS, o analista referiu que, apesar da actual conjuntura económica e financeira apresentar sérias dificuldades, acredita que há margem fiscal para se fazer as coisas de forma diferente.

Para tal, defende que o Executivo deve proporcionar informação relevante, objectiva e clara em relação ao que pretende fazer para alcançar as metas.

“Muitos vão, e com razão, duvidar da sua capacidade para alcançar tal meta, por isso o acesso à informação é um aspecto chave para que os cidadãos possam aferir se o que o Executivo está a fazer vai ou não na direcção das suas intenções”, disse.

Combater a pobreza

Um dos instrumentos que o Governo pretende usar, no âmbito da redução da taxa de pobreza, é a transferência monetária para cerca de um milhão e 600 mil famílias num valor de oito mil e 500 kwanzas mensais.

Para Sérgio Calundungo esta medida é necessária para combater ou mitigar a pobreza, mas não é suficiente, e considera que medidas como esta devem ser acompanhadas de outras medidas e todas devem ser sempre bem executadas.

Aumento da taxa de pobreza

Dados oficiais do Instituto Nacional de Estatística indicam que o fenómeno pobreza tende a aumentar e não a diminuir. Relativamente a esta questão, o analista defende a execução de um trabalho conjunto para se identificar quais os factores determinantes para que tal tendência seja predominante e depois ver como todos podem interferir para alterar tal tendência.