Polícia desmantela rede de traficantes de cocaína que actuava na Huíla, Cunene e Namibe

Polícia desmantela rede de traficantes de cocaína que actuava na Huíla, Cunene e Namibe

Cento e 30 gramas de cocaína não embalada, 170 porções da mesma droga e 90 pequenos embrulhos de crack são as quantidades de estupefacientes que os efectivos da Polícia Nacional apreenderam dos supostos marginais.

O desmantelamento desta rede surge na sequência de uma série de operações que o Comando da Polícia tem levado a cabo visando combater o tráfico e consumo de drogas nesta província. Em posse dos detidos foi encontrada a quantia de Kz 65 mil resultantes da venda das drogas.

A Huíla passou a ser considerada, nos últimos tempos, placa giratória do tráfico e consumo de drogas, com realce para a cannabis, cocaína e crack.

É no âmbito destas operações que os sete indivíduos foram detidos, nos bairros da Láge e Mapunda, arredores da cidade do Lubango, por, supostamente, se dedicarem a tais práticas.

Francisco José Casimiro, oficial da Polícia responsável pela operação que culminou com a detenção dos sete cidadãos, explicou que a liamba continua a ser o estupefaciente mais consumido na província da Huíla. Porém, no Lubango, capital da província, já se começa a consumir a cocaína e a crack.

“De um tempo a esta parte, temos estado a realizar alguns trabalhos de combate ao narcotráfico. Desencadeamos uma acção que resultou na apreensão da droga, o valor resultante das vendas da mesma e ainda os prevaricadores”, explicou.

Traficantes com ramificações no Cunene e Namibe

O tráfico de drogas, com realce para a cocaína, no Lubango seria, segundo a Polícia, liderado por um grupo que tem como rotas as províncias do Cunene e do Namibe. Até Domingo último, foram detidos indivíduos que integravam grupos que dominam os mercados da Huíla, Cunene e do Namibe.

Para despistar a Polícia nos vários postos de controlo criados nas três províncias, os traficantes usavam uma viatura de marca Ford, modelo Ranger, com a qual faziam circular nos vários pontos de venda nas cidades do Lubango, Ondjiva e Moçâmedes.

Na cidade de Moçâmedes, província do Namibe, por exemplo, a cocaína era distribuída por Miguel Coelho, que, na altura das detenções, foi surpreendido com 60 gramas.

Um dos supostos traficantes diz que comercializa cada grama ao preço de sete mil Kwanzas. “Nós compramos [aos fornecedores] 10 gramas a 120 mil Kwanzas e vendemos entre oito a sete mil o embrulho. No Namibe, eu vendo na Pestombwa”, frisou.

Acrescentou de seguida que “é a primeira vez que me meti neste negócio, eu vendo peixe e queria ganhar um pouco mais, quando me deparei com o senhor Miguel que me disse ter este produto e investi 300 mil para 30 gramas”.

Manuel José, que foi igualmente detido na noite deste Domingo, disse ser apenas consumidor, não traficante e não sabe por que razão foi detido nesta operação.

“Quando a Polícia estava a levar o meu vizinho, não estava presente. Não tenho nada a ver com essa droga. Fui detido porque encontraram no meu telemóvel mensagens que têm a ver com drogas, não vendo, apenas uso”, confessou.

João Katombela, na Huíla