Carta do leitor: E se as aulas forem dadas ao domicílio?

Carta do leitor: E se as aulas forem dadas ao domicílio?

Por: Vadí Manuel Pelinganga

Boas, amigos! Sou um dos angolanos solidários com os milhares de professores que estão a reflectir, nesta época de Covid-19, sobre a sua profissão, já que o desemprego bateu as suas portas, sem perspectiva de os abandonar tão cedo.

A vida está dura para todos, é uma situação que pegou-nos de surpresa e estamos a aprender a nos adaptar. A adaptação é uma capacidade que o ser humano sempre procurou desenvolver, desde os tempos primórdios, pelo que, não fosse para isso, Noé não conseguiria construir a arca, por exemplo.

Enfim, não vou aqui contar muita história. É pela capacidade de adaptação que escrevo esta carta, como uma opinião ou sugestão para sairmos desta “crise de desemprego” no sector da educação, principalmente de professores ligados às instituições privadas.

E se as aulas forem dadas ao domicílio? Se em cada semana, durante três dias, o professor deslocar-se à casa do aluno, com máscara e todo o material de bio-segurança, e obedecendo o distanciamento entre o professor e aluno, fossem ministradas aulas? Acho que pode funcionar. Pode funcionar, ainda, se acrescentarmos também algumas aulas através da aplicação ZOOM, onde o professor apenas irá à casa do estudante em extrema necessidade.

Penso que não estaríamos a desrespeitar, de todo, as regras da Situação de Calamidade, se todas as questões de biossegurança forem salvaguardadas.

Eu criei um projecto educativo do género, onde se leciona para alunos do Ensino Primário ao Ensino Médio; Alfabetização de crianças e adultos, aulas de Caligrafia, aulas de Línguas Estrangeiras (Francês e Inglês) Para os alunos do I e II Ciclos do Ensino Secundário, temos aulas de Língua Portuguesa, Matemática, Física, Química e Geometria Descritiva.

É uma sugestão para sairmos também deste “estado de calamidade” da educação, onde não estamos a perder só os professores, mas também os alunos que já estão num nível de “letargia” tão alto. Os nossos alunos ficarão “enferrujados” e poderão passar por várias dificuldades quando retonarmos às aulas.

Sou o Vadí Pelinganga, estou aberto a sugestões e críticas, caso esteja errado. Estamos a passar por uma fase difícil, mas acho que podemos dar sugestões para mudar o quadro.