Planeamento Estratégico Situcional

Planeamento Estratégico Situcional

Todos viram, ouviram e cada um com a sua opinião. A minha opinião vai de encontro, julgo ao propósito que norteou a mudança do figurino referente à apresentação de dados estatísticos da pandemia da Covid-19. 

Valeu pela positiva, porquanto o momento foi galvanizado com duas abordagens pedagógico- científicas de dois académicos angolanos que, quanto a mim não defraudaram e de forma resumida elucidaram a necessidade da revisão de estratégia de actuação e abordagem atinente ao controlo da pandemia que assola o mundo, no nosso país. 

Ficou mais uma vez patente de que os angolanos podem e conseguem fazer positivo quando lhes é dada oportunidade e em nada diferem dos académicos além-fronteiras e de certeza que não exigiram nenhuma compensação monetária para tal. 

E para que não persistam dúvidas quanto ao que foi dito, nada melhor que consultar os experts na matéria, num trabalho de pesquisa cuja bibliografia in situ, vai certamente sustentar os argumentos. 

Mais coisa menos coisa, o raciocínio do que foi dito leva-nos a perceber de que o planeamento estratégico e situacional relaciona- se com a gestão do governo ou à arte de governar. E a questão primordial centra-se essencialmente, em sabermos se somos arrastados pelo ritmo dos acontecimentos diários, ou se por contrário, sabemos aonde chegar e concentramos as nossas forças nesse sentido. 

Ficou ainda evidenciado o que os atendidos na matéria advogam a maior parte dos planos estratégicos e planos de desempenho inclui um conjunto de conceitos- chave que servem de guias, ao desenvolver planos estratégicos e planos de desempenho. As instituições governamentais variam em relação às suas funções e responsabilidades e, desenvolvem ao mesmo tempo, planos, políticas e programas de formas distintas. Os planos incluem actividades programadas e sequenciais e, outros incluem possíveis respostas para desenvolvimentos de futuros incertos. 

Os benefícios que se desenvolvem a partir do processo de planeamento estratégico conduzem a uma melhoria do processo de comunicação. Facilita a tomada de decisão mais eficaz, melhora a selecção de opções estáticas e conduz a uma maior probabilidade de alcance das metas e objectivos propostos. É facto e contra factos não há argumentos, pois não existe, no entanto, uma fórmula certa e precisa para o processo de planeamento estratégico, existem sim princípios e medidas que possam optimizar o valor necessário do planeamento estratégico. 

Há quem defende que o ponto principal do processo de planeamento estratégico pode ser descrito como exemplo da fundação de um edifício. A sua importância transcreve-se pela análise da situação que é em tudo, semelhante à necessidade de conduzir estacas de um arranha-céus até terra firme. Esta análise prepara a organização para o trabalho de conclusão de um plano estratégico útil e valioso que fornece uma vantagem competitiva. Conceitos bem assimilados e fundamentados pelo chileno Carlos Matu, tido como criador da metodologia do Plano Estratégico Situacional, com vista auxiliar os decisores públicos e aplicável a qualquer órgão. 

Pois, segundo o autor, planear significa pensar antes de agir, de forma sistemática, com método, identificando cada uma das possibilidades e analisando as suas respectivas vantagens e desvantagens. É pensar e criar o futuro, através de uma ferramenta vital. 

De uma perspectiva prática, o processo de Planeamento Estratégico pode ser contextualizado como uma articulação dinâmica de quatro momentos que se repetem que são complementares e constantes. Neste contexto, o conceito de momento significa ocasião, circunstância ou conjuntura, através do qual ocorre o processo contínuo. No caso concreto do Planeamento Estratégico, os momentos encadeiam-se e formam circuitos repetitivos, no sentido de poderem-se complementar. 

Em suma, e tal como defende Cassidy, o planeamento estratégico é o processo de definição dos planos da organização, para a realização da missão, uma abordagem derivada para alcançar a missão. Articula os elementos que o influenciam através de uma descrição completa do ambiente organizacional e as suas intenções. O que vai de encontro à perspectiva de Liedtka que fornece uma análise ponderada das diferenças essenciais entre a estratégica tradicional, planeamento e pensamento estratégico. A autora explica que o pensamento estratégico envolve cinco elementos: a perspectiva de sistemas, um foco na intenção, foco no tempo, um foco na oportunidade, e hipótese teste. Ela refere- se a um quadro para a criação de um processo estratégico que analisa continuamente a tensão entre o alinhar do plano e promover a mudança e adaptabilidade. 

Se o bom processo de planeamento estratégico faz mais do que produzir um resultado tangível (um plano documentado); apoia o curso estratégico do pensamento, discussão e comportamento, então está de parabéns a Comissão Multi de Combante à Pandemia da Covid-19. 

Oxalá que os esforços que têm empreendido não caiam na crítica comum do planeamento estratégico que por vezes é excessivamente envolvido com extrapolação do passado e presente e pode criar a ilusão de certeza quanto ao futuro. 

Bem-haja! 

Alberto Kizua