China promete retaliação se EUA tomar qualquer acção contra jornalistas do país 

China promete retaliação se EUA tomar qualquer acção contra jornalistas do país 

A China prometeu, nesta Terça-feira, retaliar se os Estados Unidos persistirem em “acções hostis” contra jornalistas chineses que podem ser forçados a deixar os EUA nos próximos dias se os seus vistos não forem renovados. 

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, disse aos repórteres numa conferência diária que nenhum jornalista chinês nos EUA recebeu uma extensão de visto desde que o país, em 11 de Maio, limitou a permanência deles a 90 dias, sem opção de prorrogação. 

“Os EUA estão a intensificar as suas acções contra os jornalistas chineses”, disse Wang aos repórteres. “Os EUA precisam corrigir esse erro imediatamente e parar com essas acções.” “Se os EUA persistirem, a China adoptará uma resposta necessária e legítima para proteger os seus direitos”, disse. 

Wang não disse quantos jornalistas chineses foram afectados ou que retaliação a China poderia considerar, mas o editor do jornal chinês Global Times afirmou, anteriormente, que jornalistas norte-americanos baseados em Hong Kong poderiam estar entre os alvos se os jornalistas chineses forem forçados a deixar os EUA. 

“O lado chinês preparou-se para o pior cenário, se todos os jornalistas chineses tiverem que ir embora”, disse ele no Twitter. “Se esse for o caso, o lado chinês retaliará, incluindo contra jornalistas americanos em Hong Kong.” 

O Global Times é publicado pelo Diário Popular, jornal oficial do Partido Comunista, que governa a China. Os dois países, cujas relações deterioraram-se profundamente nos últimos tempos por várias questões, incluindo comércio e o novo coronavírus, trocaram acções envolvendo jornalistas nos últimos meses. 

Os Estados Unidos, em Março, cortaram o número de cidadãos chineses com permissão para trabalhar nos escritórios norte-americanos de grandes jornais estatais chineses de 160 para 100. A China expulsou jornalistas norte-americanos que trabalhavam para três jornais dos EUA-New York Times, Wall Street Journal e Washington Post-neste ano e ameaçou igualar qualquer acção norte-americana contra jornalistas chineses.