Editorial: Salvar o homem e a economia

Editorial: Salvar o homem e a economia

Teve início na passada Terça-feira, 10, mais uma situação de calamidade pública no país por conta do alastramento dos casos de Covid-19. Ao mesmo tempo que se julga haver um regresso à normalidade, se se tiver em conta o aumento do número de efectivos em algumas províncias e a dilatação dos horários no comércio e outras actividades, as autoridades angolanas reafirmaram o desejo de que as pessoas se mantenham em casa se necessário for.

Há alguns meses, o Papa Francisco sugerira que o ideal fosse que se olhasse primeiro às pessoas e só, posteriormente, à economia. Mas desde o início da pandemia houve uma desaceleração na economia mundial, e assiste-se a um aumento considerável do desemprego e até a fome, que parecia erradicada em lugares do globo, está de volta.

O retorno paulatino à economia, a partir da próxima Segunda-feira,15, é uma necessidade premente à medida que as autoridades lutam para que se vença a pandemia. Por isso, se justificam as aberturas no comércio e noutras actividades. Mas isso deve exigir também dos cidadãos um comportamento mais responsável, começando por aceitar que sem uma vacina credível estaremos distantes de voltar à normalidade.

 No Huambo, os cidadãos que furaram a cerca sanitária serão responsabilizados por terem colocado a vida de outros em perigo. Apesar de dura, é uma medida que se deve apoiar porque poderá servir de catalisador para a sensibilização aos demais.

 O objectivo nunca será ver alguns cidadãos multados ou detidos. O que se espera é que se comece a perceber que violar a lei é crime. Tal como acontece em qualquer parte do mundo.