Restos mortais do músico Waldemar Bastos já repousam no Cemitério da Galiza em Estoril Portugal

Restos mortais do músico Waldemar Bastos já repousam no Cemitério da Galiza em Estoril Portugal

Os restos mortais do músico, cantor e compositor, Waldemar Bastos, falecido nesta Segunda- feira,10, em Lisboa, Portugal, aos 66 anos, vítima de doença, já repousam desde a tarde de ontem no Cemitério da Galiza em Estoril, Portugal. A cerimónia fúnebre foi restringida apenas à família, ao que se seguiu uma homenagem ao músico, diante de amigos, o público e outras individualidades, no Anfiteatro do Parque dos Poetas, em Oeiras, respeitando sempre as medidas de precaução em vigor para a prevenção da Covid-19. Waldemar Bastos que por sinal foi um dos membros fundadores da União Nacional dos Artistas e Compositores (UNAC-SA), teve a primazia de elevar bem alto para os quatro cantos do mundo o semba, deixando para trás, um vasto e valioso legado musical que deve ser preservado pelas instâncias competentes do país.

O músico distinguido em 2018, com o Prémio Nacional de Cultura e Artes, a mais importante distinção do Estado angolano nesta área, apresentando-se com uma sonoridade que o próprio definia como “afro-luso-atlântica”, foi também o único não fadista a cantar na cerimónia de transladação, no Panteão Nacional, em Lisboa, do corpo de Amália Rodrigues, de quem era amigo. Detentor de uma carreia musical de quatro décadas, Waldemar Bastos, iniciou-se na música aos sete anos, quando o pai descobriu o filho, com uma consertina, a tocar músicas que ouvia na rádio. A partir daquela data, Waldemar Bastos começou a ter aulas de piano e de formação musical, e muito cedo descobriu que aprendia tudo com uma facilidade enorme, não através da leitura das notas, mas pelo ouvido, o que confirmou o seu talento natural para a música.

Talentoso, humilde, popular e aplicado, Waldemar Bastos considerava a sua música como reflexo da própria vida e suas experiências, composta para elogiar a identidade nacional. Os seus temas fazem um apelo à fraternidade universal. Em 2008 foi distinguido com um Diploma de Membro Fundador de 25 anos da União dos Artistas e Compositores e um Prémio Award, em 1999, pela World Music. O jornal New York Times considerou, em 1999, o seu disco “Black Light” uma das melhores obras da época. O disco “Preta Luz”, lançado em 1998, foi considerado pelo jornal norte-americano New York Times como um dos melhores da década de 90, e foi referenciado por Tom Moon como um dos discos que temos de ouvir antes de morrer.